A pesquisa mapeou, através de mais de 10 entrevistas em profundidade e 700 empresas participantes, o cenário e as perspectivas da Inteligência Artificial,Mais da metade das startups brasileiras acreditam que a falta de mão de obra qualificada é o que mais prejudica o desenvolvimento da tecnologia no país. Regulação incipiente, fuga de talentos e pouca diversidade também estão entre os desafios. Os dados são de um levantamento realizado pelo Google for Startups, em uma iniciativa conjunta com a Abstartups e a Box1824. O relatório “O Impacto e o futuro da Inteligência Artificial no Brasil” traz uma radiografia sobre as principais dores e soluções necessárias para o desenvolvimento desta tecnologia no país.
A pesquisa analisa a perspectiva das startups quanto ao futuro da I.A. no Brasil, além de apontar através de entrevistas em profundidade como ações regulatórias e a participação de empresas já consolidadas auxiliam no desenvolvimento desse ecossistema.
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“Quando falamos de Inteligência Artificial, estamos tratando de um setor que deve gerar US$ 13 trilhões de dólares no mundo até 2030. Para se ter uma ideia do mercado nacional, cerca de US$ 2,4 bilhões investidos em tecnologia na América Latina foram direcionados para o Brasil em 2020. O país é um campo aberto para o fomento de uma I.A. única no mundo e as dimensões continentais possibilitam explorar um mercado grande e com um ecossistema ainda em desenvolvimento”, analisa André Barrence, diretor do Google for Startups para a América Latina.
A pesquisa mapeou, através de mais de 10 entrevistas em profundidade e 700 empresas participantes, o cenário e as perspectivas da Inteligência Artificial, considerando o potencial da tecnologia, a educação tecnológica e a questão da diversidade e inclusão relacionada ao desenvolvimento desta tecnologia no Brasil, além dos principais desafios do mercado e formas de solucioná-los.
Cenário regulatório incipiente
As startups ainda têm baixo conhecimento regulatório, ou seja, há poucas diretrizes que determinam os caminhos evolutivos que a Inteligência Artificial pode ou não seguir no país, sem que os direitos humanos sejam infligidos. Há discussões que já estão sendo levantadas, como o Marco Legal da Inteligência Artificial (PL 21/20), no entanto, a inserção das empresas de tecnologia nesses debates ainda é baixa.
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Análise do mercado nacional
As soluções de Inteligência Artificial oferecidas pelas empresas no Brasil são em grande parte voltadas para o B2B e não para o consumidor final (B2C). Isso faz com que o tema não seja amplamente massificado e reconhecido pelos usuários na ponta, 33% das startups entrevistadas acreditam que a inexistência de uma cultura de dados limpos e organizados no Brasil é o que mais prejudica o crescimento da I.A. no país.
Educação e conscientização dos futuros profissionais
Ainda falta mão de obra qualificada para trabalhar com tecnologia e desenvolver projetos de I.A. no país. Além disso, os brasileiros não contam com uma educação tecnológica adequada para manusear produtos mais técnicos, e para os poucos que conseguem aprender e se adaptar, existe uma questão de fuga de talentos para outros países, com frentes acadêmicas e perspectivas profissionais que, em geral, são mais atrativas.
Diversidade, equidade e inclusão
A diversidade dentro das empresas tem um potencial grande de fomento à inovação e na construção de soluções pioneiras em I.A. Para isso, é necessário ter equipes multiculturais, uma vez que a diversidade pode ser uma estratégia de inovação para as empresas. Hoje, segundo o relatório, as empresas que desenvolvem Inteligência Artificial no Brasil ainda são muito homogêneas – seja no âmbito de distribuição regional ou no perfil do time fundador e pessoas colaboradoras.
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