Hoje em dia não basta abrir a lata, preparar a tinta e aplicá-la na parede. Com diversos produtos para diferentes tipos de superfície disponíveis no mercado, é importante analisar outros requisitos antes de escolher a tinta de parede certa para aplicar em casa.
A principal delas, de acordo com a arquiteta Marina Carvalho, é verificar o estado da superfície que será pintada. Para isso, ela precisa estar regularizada, lixada e com o acabamento perfeito. “Esses cuidados contribuem para o resultado, pois as tintas acetinadas e com brilho destacam as irregularidades. Eu sempre recomendo o acrílico fosco, que é mais resistente e pode ser lavado com esponja”, esclarece.
Na sequência, você confere mais alguns pontos que devem ser considerados antes de adquirir a tinta de parede para os ambientes residenciais:
Ambientes internos e externos
Cada tipo de tinta é destinado para uma situação específica. Entre elas estão que exalam ou não o odor do material, antimofo e com ação antibactericida, entre outras especificidades encontradas no mercado de construção. Contudo, é preciso analisar também qual ambiente ela será aplicada – na parte interna ou externa do imóvel.
Isso porque, por mais que uma tinta de área externa também possa ser aplicada internamente, o contrário pode acabar não dando um resultado satisfatório. “Na parte interna da casa podemos contar com o látex ou acrílico. Já na parte externa, o recomendado é trabalhar apenas com o acrílico”, recomenda a profissional.
O morador precisa se atentar ao tipo de tinta ideal para a vida no imóvel – Foto: Shutterstock
Pinturas em áreas úmidas
Quando o assunto é pintar um ambiente úmido como lavanderias, banheiros e cozinhas, existem dois tipos de tintas indicados para os locais. A primeira delas é a acrílica, que oferece maior resistência em relação à umidade — algumas marcas contam com proteção antimofo — e também são laváveis.
Assim, para garantir maior durabilidade do produto, em alguns casos é recomendada a utilização de um selador como estratégia para preparar a superfície antes da pintura. Outra indicação para áreas molhadas são as tintas tipo epóxi, reconhecidas como as mais resistentes do mercado, com alta durabilidade e capacidade de impermeabilização.
Acabamento em tinta
Cada ambiente da casa necessita de acabamentos de tinta diferentes. Esse cuidado com a parede vai além da questão estética, uma vez que escolher a textura ideal de uma superfície resulta em mais longevidade e menos dor de cabeça. Para paredes sem imperfeições, o acabamento mais indicado é o semibrilho, que oferece boa resistência em áreas molhadas, evitando a proliferação de mofo no ambiente, e traz uma textura reluzente. “É ótima para quartos infantis, já que resiste a arranhões, riscos e é de fácil limpeza”, orienta Marina.
O acabamento acetinado é outro estilo recomendado para ambientes molhados e harmoniza super bem com os tons mais claros. Porém, o retoque desse tipo de acabamento é um pouco mais difícil de ser feito. Com isso, o ideal é que a parede escolhida não fique suja com facilidade. Já o acabamento fosco é perfeito para revestir paredes com imperfeições, visto que ajuda a disfarçar a diferença no nível da superfície. No entanto, não é recomendado para qualquer tipo de ambiente, pois suja com facilidade, é uma limpeza complicada e pouca resistência à água.
A pintura deve ser renovada a cada cinco anos, aconselha especialista – Foto: Shutterstock
Renovando a pintura
Por mais que o tipo de tinta tenha um tempo de vida útil, o desgaste e a renovação da pintura dependerá de fatores como clima, exposição ao sol e forma de aplicação, entre outras questões. Entretanto, quando se utiliza tinta de boa qualidade e as paredes são preservadas de agressões, a pintura pode ser mantida por até 10 anos.
Contudo, os principais indicadores para uma nova pintura são fatores como bolhas, desbotamento e descascamento. “Esses ‘sintomas’ mostram para o morador que já hora de dar uma renovada na pintura. Eu recomendo a cada 5 anos, pelo menos”, aconselha Marina.
Outras superfícies
A pintura de uma casa não se restringe apenas às paredes, haja vista as cores nos ambientes também estão presentes em outras superfícies como portas de madeira e metal, por exemplo. Nestes casos, Marina recomenda o uso de esmalte acetinada, à base de água, pois o produto com solvente pode amarelar com o tempo se a tinta for branca.
A arquiteta faz questão de lembrar de outra parte dos ambientes que também tem muita importância. “Não podemos nos esquecer do teto, pois ele é tão importante quanto a parede. Nesta área, a melhor opção é o látex fosco que tem boa durabilidade, fácil aplicação e é resistente ao mofo”, finaliza.
Fonte: Marina Carvalho, arquiteta. Graduada pela faculdade de Arquitetura e Urbanismo, com MBA em Gestão Estratégica e Econômica de Projetos na Fundação Getúlio Vargas.