Se uma sala de jantar pudesse guardar tudo o que já aconteceu no ambiente, então certamente ficaria registrado não apenas os menus servidos em ocasiões especiais, mas também histórias de encontros, risadas e muitas memórias.
Porém, para verdadeiramente ser um “coração de mãe” e receber bem a todos, é preciso que esse espaço conte com uma perfeita protagonista: a mesa ideal. E isso não só em termos de décor, mas também de conforto e praticidade.
Por isso, as arquitetas Vanessa Paiva e Cláudia Passarini esclarecem as principais dúvidas em relação à escolha desse móvel e mostram como combinar função e beleza para trazer ao lar um ambiente cheio de charme. Confira:
O tamanho da sala de jantar
“Sem dúvidas, o primeiro ponto a ser analisado diz respeito às dimensões do cômodo”, comenta Claudia sobre a concepção do projeto. Segundo as arquitetas, é válido considerar uma distância de 80 cm, seja entre a mesa e a parede, ou entre a mesa e outro móvel para garantir uma boa circulação e não deixar o espaço muito apertado. “No entanto, quando é possível, torna-se ainda mais confortável quando podemos considerar um afastamento seja de 1,20 m”, complementa.
A dimensão da sala de jantar deve ser levada em consideração – Foto: Xavier Neto / Reprodução
Qual é o melhor formato de mesa?
Entre as possibilidades, o retangular é o preferido entre os moradores que estão montando a sua sala de jantar, afinal, é o que mais perfeitamente abriga uma grande quantidade de pessoas. Ele é tão procurado que acaba ditando o mercado: a maioria das lojas aposta na exibição desse modelo para cativar o consumidor.
Mas isso não quer dizer que os outros formatos não tenham vez, especialmente se a área disponível para o móvel não condiz com a estrutura longa. “Se a dúvida for entre uma mesa redonda ou quadrada para um espaço pequeno, a redonda é, sem dúvidas, a melhor opção”, indica Vanessa.
O modelo circular é vantajoso por não ter quinas e por permitir agregar mais assentos – seja uma cadeira ou até uma banqueta. “Para deixar a mesa muito mais funcional, podemos inserir um tampo giratório, que facilita o vai e vem de servir”, sugere Claudia.
O tampo giratório facilita as refeições do cotidiano – Foto: Leandro Farchi / Divulgação
Como escolher o acabamento
As arquitetas sugerem materiais naturais como madeira — que inspira aconchego e calor — além de pedra e vidro que são mais “frios”, porém igualmente elegantes. Além de marcarem o design, esses elementos são excelentes opções em termos práticos, pois, com o preparo certo, não correm o risco de manchar. E mesmo que isso aconteça, o restauro da madeira maciça ou da pedra é muito simples.
Contudo, o mesmo já não pode ser dito sobre a laca, que possui um desgaste precoce. “Torna-se praticamente inevitável lidar com algum dano e ter que cobrir a superfície com vidro, finalização pouco ideal, visto que muda a ideia original: a visualização da placa. Ao invés, passa-se a conviver com o domínio do outro elemento”, discorre Vanessa.
Quando o tampo é em vidro, alguns pontos devem ser levados em consideração para não atrapalhar o décor. Cláudia explica que é interessante empregar o elemento em toda a estrutura, incluindo os pés: um material diferente acabaria chamando mais atenção para a parte inferior do que para a própria mesa. Além disso, o mix de componentes pode impactar negativamente o décor. “A transparência é um bom investimento na hora de destacar o que está no chão, como o piso ou um tapete”, recomenda.
Harmonizando o ambiente
Certas soluções fazem a diferença na hora de planejar a sala de jantar e, entre as principais, estão os pés da mesa. Pode parecer um detalhe pequeno, mas esse aspecto tem tudo para incomodar no dia a dia.
Para prevenir a dor de cabeça, a dupla de arquitetas recomenda investir em uma base centralizada, porque libera mais espaço para a circulação — inclusive para a inserção de outros assentos conforme a necessidade.
É possível combinar peças de diferentes materiais – Foto: Xavier Neto / Divulgação
A estética é, certamente, uma das grandes preocupações dos moradores, principalmente em termos de combinação. Sobre isso, Vanessa ressalta que combinar não é necessariamente aplicar o mesmo material ou fazer “conjuntinho”. Na realidade, essa compatibilização torna a atmosfera equilibrada.
“Mesmo quando elegemos a madeira como material para a mesa e as cadeiras, não necessariamente precisamos acompanhar a mesma tonalidade. O contraponto bem avaliado realiza olhares muito interessantes e modernos”, conta a arquiteta.
Para arrematar a ambientação e trazer aquele aconchego intimista, a iluminação cumpre um papel bem importante. Apesar de não ser “obrigatório”, o pendente em cima da mesa adiciona um brilho especial à sala, mas também é funcional, sendo um apoio ao projeto luminotécnico.
No entanto, esse destaque para a estrutura, que é sempre bem-vindo para realçar a sua beleza, não precisa vir dos pendentes: o mesmo efeito é alcançado com o uso de um foco de luz. O interessante é encontrar maneiras de evidenciar o conjunto da obra.
Fontes: Vanessa Paiva e Cláudia Passarini, arquitetas do escritório Paiva e Passarini.