Quando o CEO da Tesla, Elon Musk, ressuscitou sua proposta para comprar o Twitter por US$ 44 bilhões terça-feira (4), ele chamou isso de “uma aceleração para a criação do X, o ‘aplicativo tudo’”.
Embora o bilionário não tenha dado muitos detalhes sobre seus planos para o aplicativo, suas declarações anteriores sugerem que ele quer transformar o Twitter em um “super aplicativo”, integrando muitos produtos e serviços a ele.
O termo “super aplicativo” foi usado pela primeira vez para descrever o WeChat, da gigante chinesa de tecnologia Tencent. O WeChat “conecta todas as facetas da vida na China, desde chamar um táxi e comprar mantimentos até marcar consultas médicas e contratar seguros”, segundo uma reportagem da Forbes.
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Musk sugeriu, no início deste ano, que o Twitter deveria seguir os passos do WeChat. “Não há equivalente do WeChat fora da China”, disse ele. “Há uma oportunidade real de criar isso”.
Outro exemplo é o Grab, do Sudeste Asiático. Ele começou como um aplicativo de táxi e agora oferece transporte, entrega de alimentos e serviços financeiros. Ou o Alipay, sistema de pagamento da gigante chinesa de comércio eletrônico Alibaba. Ele oferece comércio eletrônico, reservas de hotéis e passagens, pagamentos de contas de serviços públicos e muito mais.
“Você basicamente vive no WeChat na China porque é muito útil para a vida cotidiana”, disse Musk em junho. “Acho que seria um sucesso imenso se pudermos alcançar isso no Twitter, ou mesmo chegar perto.” O WeChat tem 1,2 bilhão de usuários ativos, muitos deles baseados na China.
Especialistas disseram à CNN que os planos de Musk podem ser difíceis de concretizar. Vários concorrentes como WhatsApp, Facebook, TikTok e YouTube, estão se esforçando para se tornar super aplicativos. As regulamentações antimonopólio e a oposição das autoridades podem dificultar esses esforços, disseram especialistas.
Musk ganhou as manchetes na terça-feira (4) quando concordou em comprar o Twitter por US$ 54,20 por ação, ou US$ 44 bilhões, mais uma vez, depois de tentar desistir de uma oferta original de abril que ele fez nos mesmos termos. Seu argumento para a desistência foram críticas às práticas de moderação do Twitter e a afirmação que a rede social subestimou a quantidade de spam e de contas de bots na plataforma.
O Twitter processou Musk quatro dias depois que ele desistiu do acordo para forçá-lo a prosseguir com a aquisição de acordo com os termos originais. Um julgamento de cinco dias para a disputa está programado para começar em 17 de outubro.
A ideia de Musk para um aplicativo chamado “X” é nova, mas o uso da letra não é. Ele nomeou sua empresa de foguetes SpaceX, e um de seus empreendimentos comerciais anteriores, um banco online que ele cofundou em 1999, foi chamado X.com.
A empresa acabou se fundindo com o concorrente Confinity, que mudou o nome para PayPal, que foi comprado pelo eBay por US$ 1,5 bilhão em 2002.
Musk recomprou o nome de domínio X.com do PayPal em 2017 porque disse que tinha “grande valor sentimental”. O site agora aparece como uma página em branco com a letra x.
Como parte de sua oferta original para comprar o Twitter em abril, ele também formou três holdings, cada uma com o nome de uma variação de “X Holdings”, levando a especulações de que ele poderia tentar reunir todos os seus negócios sob uma controladora maior.
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O post E se Musk transformar o Twitter no X, o ‘aplicativo de tudo’? apareceu primeiro em Forbes Brasil.