O que os investidores de bitcoin precisam saber neste início de outubro?

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Os analistas destacaram variáveis importantes que os investidores de criptomoedas devem observar no futuro para permanecer no topo desse mercado tradicionalmente volátil

Ao início do novo mês, os investidores observam de perto os indicadores macroeconômicos e as decisões de política monetária, em um momento em que o bitcoin continua a ser negociado dentro de um intervalo relativamente modesto.

A moeda digital mais conhecida do mundo flutua entre US$ 18.950 e US$ 19.650 desde o início de outubro, revelam os números do TradingView.

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No início da tarde de ontem (5), o bitcoin atingiu o limite superior desse intervalo, mostram dados adicionais do TradingView. Desde então, recuou muito ligeiramente, sendo negociado perto de US$ 19.600.

Os analistas destacaram variáveis importantes que os investidores de criptomoedas devem observar no futuro para permanecer no topo desse mercado tradicionalmente volátil.

Brett Sifling, consultor de investimentos da Gerber Kawasaki Wealth & Investment Management, enfatizou o papel fundamental desempenhado pelos dados macroeconômicos.

“A fraqueza dos mercados macro continua a pesar no mundo das criptomoedas”, afirmou.

Sifling também falou sobre o histórico do mercado associado a este mês, enfatizando que ele coincidiu com quedas significativas.

“À medida que avançamos para outubro, a sazonalidade deste mês é percebida como uma das piores épocas do ano para os investidores”, afirmou.

“Seja uma expectativa psicológica ou um fenômeno real, aconteceram cinco grandes quedas ao longo da história durante este mês (como Black Monday)”, um dia em que o Índice Dow Jones Industrial caiu mais de 20% em questão de horas.

Política do Banco Central

Sifling falou sobre o importante papel que as pressões inflacionárias estão desempenhando no mercado, afetando as decisões dos bancos centrais.

As autoridades elevaram os juros várias vezes este ano em um esforço para controlar a inflação. Isso aumenta a rentabilidade dos investimentos em renda fixa, tornando-os mais atraentes para os investidores. Isso reduz o interesse em ativos de risco, como as moedas digitais.

“A inflação e as taxas estão tentando se estabilizar e é isso que a maioria dos investidores está observando”, observou Sifling.

“Se a inflação continuar a piorar e o Fed continuar a aumentar as taxas, poderemos ver uma queda contínua em ativos de risco como o bitcoin.”

‘Más notícias são boas notícias’, para ativos de risco, diz analista

Tim Enneking, diretor-gerente da Digital Capital Management, também falou sobre esses movimentos de política, oferecendo uma visão diferente sobre o assunto, prevendo que o aumento dos juros pode estar desacelerando à medida que as condições econômicas se suavizam.

“Estamos agora na era ‘más notícias são boas notícias’. Baixa demanda, lucros decepcionantes, vendas mais baixas… tudo agora é uma boa notícia porque indicam queda da inflação, o que por sua vez indica que o aperto quantitativo e juros mais altos podem estar chegando ao fim”, afirmou.

Enneking se refere aos últimos números do Institute for Supply Management, que mostraram que a atividade fabril caiu para o menor nível em mais de dois anos em setembro.

Mais especificamente, o PMI de fabricação de setembro do ISM, que reúne dados de gerentes de compras nos EUA, caiu para 50,9, a leitura modesta desde maio de 2020, ante 52,8 em agosto.

Embora este último número seja outro exemplo de dados econômicos sem brilho, Enneking observou que coincidiu com os ativos de risco subindo hoje.

O índice de referência S&P 500, por exemplo, subiu cerca de 2,6%, enquanto o Dow Jones Industrial Average subiu 2,66%, segundo o Google Finance.

O Nasdaq Composite, um índice de ações de alta tecnologia, ganhou 2,3%, revelam números adicionais do Google Finance.

O bitcoin também experimentou alguns ganhos modestos, subindo perto de 2%, de acordo com o TradingView.

Impacto da força do dólar

Vários analistas enfatizaram o efeito que o alto dólar vem causando nos ativos de risco global, incluindo bitcoin e moedas digitais em geral.

“De um modo geral, parece haver uma relação indireta entre o índice do dólar americano (DXY) e o mercado de ativos digitais, onde um DXY de baixa fornece uma criptomoeda mais otimista”, enfatizou o advogado Andrew Rossow.

A moeda de reserva mundial pode se tornar ainda mais robusta se as condições econômicas ficarem mais fracas, disse Armando Aguilar, analista independente de criptomoedas.

“Se as condições continuarem a piorar, poderemos ver os investidores acumulando o dólar norte-americano e retirando capital do mercado, especialmente ativos de risco”, previu.

“Se os investidores acumularem dólares americanos, podemos ver o índice do dólar continuar subindo à medida que a demanda por ele aumenta em relação a outras moedas que vimos depreciar”, observou Aguilar.

“Um dólar forte diminui o poder de compra dos compradores internacionais de criptomoedas e isso pode ter um impacto negativo no BTC e no mercado geral de criptomoedas.”

Indicadores-chave

Depois de comentar sobre o papel crucial do dólar, o analista apontou vários outros fatos específicos que os investidores devem observar daqui para frente.

“Os investidores devem ficar de olho no índice de ganância e medo do BTC, que teve uma tendência de baixa nas últimas semanas e lutou para se recuperar além dos 40 pontos”, afirmou.

O índice acima mencionado, que quantifica o sentimento dos mercados de bitcoin, chegou a 24 hoje, sinalizando um medo extremo. Em 1º de outubro, chegou a 20, apontando para uma apreensão ainda maior.

“Além disso, os investidores devem observar as entradas e saídas de BTC e outros ativos”, afirmou, enfatizando que a CoinShares fornece relatórios regulares sobre esse desenvolvimento.

“Os investidores podem avaliar quanta demanda há por ativos digitais em uma determinada semana e podem usar esses dados junto com dados macro globais para avaliar oportunidades de investimento.”

Além disso, ele sugeriu que os investidores monitorassem de perto as taxas de hipoteca de 10 e 30 anos, relatórios de inflação, números de desemprego e as decisões de política monetária dos funcionários do banco central.

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