Uma queda recente nos preços dos fertilizantes, enquanto as cotações da soja permanecem altas, favoreceu os produtores brasileiros e até os encorajou a comprar nutrientes para o ciclo 2023/24, que começa daqui a um ano, disse um analista da Agrinvest à Reuters nesta terça-feira (4).
Em abril, os produtores precisavam do equivalente a 20,4 sacas de soja para comprar 1 tonelada de um fertilizante conhecido como SSP. Essa proporção caiu para 10 sacas agora, disse o analista da Agrinvest Jeferson Souza.
“Houve uma grande queda nos preços [dos fertilizantes] e isso até fomentou algumas compras para [a safra de] soja 2023/2024,” disse Souza.
Nos 30 dias até o final de setembro, os preços dos fertilizantes KCl, MAP e ureia caíram, respectivamente, 13%, 12% e 7% na base de custo e frete (CFR), segundo cálculos de Souza.
A atual queda no preço também favorece a compra de fertilizantes pelos produtores brasileiros de milho segunda safra, que é plantado após a colheita da soja nas mesmas áreas, disse ele.
Os agricultores brasileiros, que atualmente estão semeando sua soja 2022/23, devem colher uma safra recorde acima de 150 milhões de toneladas nesta temporada, segundo dados do governo e analistas privados.
O Brasil é um grande importador de fertilizantes.
Apesar das sanções ocidentais a fornecedores importantes como Rússia e Belarus, as importações brasileiras atingiram um novo recorde nos nove meses até setembro, em parte devido a suprimentos adicionais vindos de países como Canadá.
De acordo com dados do governo compilados pela Agrinvest, o Brasil, maior produtor mundial de soja, importou cerca de 30,77 milhões de toneladas de fertilizantes no período, um aumento de 4,6% em relação aos primeiros nove meses de 2021.
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