Já começamos mais um Outubro Rosa, talvez um dos movimento mundiais de saúde mais bem-sucedidos, que há mais de três décadas alerta sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama. E não é para menos: este é o tumor mais incidente no mundo atualmente.
Desde 1991, quando a iniciativa foi lançada, houve muitos avanços nos tratamentos e no entendimento da doença. Com certeza, as pacientes conseguem ter uma melhor qualidade de vida e sobrevida.
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No entanto, ainda são enormes os desafios que precisamos enfrentar em relação ao câncer de mama em nosso país. Só neste ano, são esperados mais de 66 mil novos casos da doença. Segundo os dados oficiais, 18 mil mulheres morrem anualmente no Brasil por conta deste tipo de tumor. Mesmo com laços rosas, monumentos edifícios iluminados, campanhas maciças, ainda temos que avançar muito em prevenção e diagnóstico precoce. E informar!
Neste sentido, uma pesquisa divulgada na última semana chamou bastante atenção. Mais da metade das 1.397 mulheres entrevistadas não tinham clareza sobre a necessidade e a regularidade da mamografia. Grande parte ainda acredita que o autoexame das mamas ainda é uma técnica recomendada para rastreamento da doença, o que é incorreto, já que ele não consegue identificar lesões pré-malignas ou muito pequenas.
A sondagem também mostrou que as mulheres ouvidas desconhecem a relação entre o estilo de vida e o câncer de mama, ignorando fatores como excesso de peso e de consumo de álcool como fatores de risco.
Então, deixo aqui meu recado para nossas leitoras, seguindo as orientações da Sociedade Brasileira de Mastologia. “O autoexame ajuda a conhecer o próprio corpo, mas não substitui o exame clínico das mamas”. A mamografia, o exame mais eficaz para o diagnóstico precoce, deve ser realizada anualmente, a partir dos 40 anos. A adoção de um estilo de vida que compreenda a prática de atividades físicas e alimentação saudável também é fundamental para a prevenção não só do câncer de mama, mas de diversas doenças crônicas. Assim, o autocuidado, tema sobre o qual já falamos bastante aqui, é aliado da saúde da mulher.
E um último alerta: câncer de mama também acomete homens, representando cerca de 1% do total de casos da doença. Se você, leitor, tem casos ligados a síndromes genéticas na família, converse com seu médico.
Fernando Maluf é cofundador do Instituto Vencer o Câncer e professor livre-docente da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo.
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