Uma pesquisa encomendada pelo Google ao Instituto Ipsos mostra que os consumidores brasileiros precisaram aprender a conviver com as incertezas. Apesar dos desafios do cenário econômico, com a alta inflação minando o poder de consumo, o desejo de ir às compras segue — e um evento promocional como a Black Friday tende a impulsionar as vendas das varejistas.
De acordo com o levantamento que ouviu mil pessoas, 71% dos entrevistados pretendem ir às compras durante o evento promocional, o que representa uma alta de 29% quando comparado com o ano de 2021. Além disso, a pesquisa também mostra que os brasileiros estão dispostos a comprar mais do que antes.
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Em tempos de bolso apertado, um evento como a Black Friday tem um papel ainda mais importante para o consumidor. A avaliação é de Gleidys Salvanha, diretora de negócios para o segmento de Varejo do Google, durante o evento Black Friday Connections Stores, promovido pelo próprio Google. Mesmo precisando lidar com a crise, o brasileiro não quer abandonar completamente a compra de itens não essenciais. “Ele está desafiado, mas ao mesmo tempo apresenta otimismo e, com isso, busca as melhores escolhas.”
Wilson Rodrigues, diretor-geral da Faculdade do Comércio, diz à Forbes Brasil que a confiança é um reflexo da retomada econômica após um período em que o varejo foi prejudicado pela Covid-19. “Esse cenário, em que a economia está destravada após os piores momentos da pandemia, faz com que as pessoas ganhem ‘um gás’ para fazer planos. E isso traz força às varejistas, que podem ser beneficiadas pelo evento.”
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Busca por preço e qualidade
Agora está nas mãos das empresas, já que os brasileiros esperam bons descontos durante a Black Friday. “O preço será crucial para a escolha do consumidor neste ano. Eles estão mais atentos em relação a isso”, acrescenta Rodrigues.
Além de preços vantajosos, os clientes também estão com a atenção mais voltada à qualidade, de acordo com uma pesquisa de maio realizada pela Offerwise a pedido do Google.
O levantamento aponta que quase metade (45%) dos consumidores entende que, passadas as restrições da pandemia da covid-19, eles agora podem decidir de forma mais consciente quais produtos, marcas e serviços comprar.
Na Busca do Google, o interesse por produtos das categorias de varejo, associados às palavras “barato” ou “melhor” se inverteu na comparação com 2020 a 2022. Entre abril e junho de 2020, as buscas associadas a “barato” eram 53% maiores que o volume de buscas associadas a “melhor”.
No entanto, as procuras por “melhor” neste ano já superam as por “barato” em 27% — isso significa que o consumidor segue dando prioridade ao preço baixo como pré-requisito para atender suas necessidades mais imediatas durante a pandemia, mas agora volta a dar mais peso ao quesito qualidade.
Um olho no ecommerce e outro nas lojas físicas
A pesquisa realizada pelo Google e pelo Ipsos também revela que o brasileiro consolidou seus hábitos de compra adquiridos ao longo dos últimos anos e cada vez mais compra por meio de diferentes canais, sejam de e-commerce ou lojas físicas.
No total, 72% dos entrevistados na pesquisa afirmaram que compraram tanto em canais online quanto offline nos últimos seis meses, em um crescimento de 10 pontos percentuais em relação ao ano passado.
Para a Black Friday de 2022, 57% dos entrevistados afirmaram que pretendem fazer suas compras por meio de sites, 51% por meio de aplicativos e 45% por meio de lojas físicas.
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