Com um número cada vez maior de aparelhos conectados, a indústria de Internet das Coisas (IoT), impulsionada pela chegada da tecnologia 5G vive não só o desafio do crescimento, mas de uma ampliação sustentável. De acordo com levantamento da Markets and Markets, o segmento de IoT deve movimentar US$ 650 bilhões até 2026, alta de 17% ao ano.
Diante deste contexto, várias entidades de consumo consciente já mapearam o impacto do descarte e o reuso desses eletrônicos. Hugo Tadeu, professor e diretor do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral (FDC), explica que muito tem sido publicado sobre os avanços do 5G, destacando o aumento da velocidade da internet e a automatização das cidades. No entanto, segundo ele, é importante voltar ao básico e mapear o impacto da digitalização no ambiente e consumo.
“A Lei de Moore já previa um tempo máximo de 18 meses para equipamentos terem a sua durabilidade. Basta pensar nos telefones celulares, computadores e tablets que compramos. Em alguns meses já demandam uma atualização e até mesmo substituição. Por outro lado, existe uma estratégia de mercado clara: quanto mais lançamentos, melhor. Pense que todas as empresas de tecnologia lançam novos produtos todos os anos. Ou seja, combinação de avanço tecnológico e mercado”, aponta o especialista da FDC.
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De acordo com Tadeu, todas as empresas que queiram discutir o tema sustentabilidade, deveria levar bem a sério o ESG e de uma forma bem concreta. “No Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da FDC, acreditamos que o motor da sustentabilidade é a inovação. Por diversos aspectos, pensar em novas tecnologias versus uma matriz da materialidade é vital. Ou seja, todos os investimentos em inovação devem comprovar reduções de emissões, poluentes e claro, ganhos financeiros. As empresas que têm levado este assunto com alto nível de seriedade, além do respeito ao meio ambiente, tem conseguido gerar boas perspectivas na ótica dos investidores no médio e longo prazo.”
“As novas tecnologias trouxeram uma perspectiva do uso inteligente de diversas soluções como transporte, moradia e estudo. No lugar da compra, a possibilidade do aluguel e até mesmo reuso inteligente. Em diversos países, existem movimentos importantes em busca de um planeta realmente mais sustentável. Não é nada pensar no nosso planeta como um recurso a ser eternamente explorado, pois tem limite. Diversos fundos de investimento têm apostado nas cleantechs, startups focadas em tecnologias limpas e pautadas em condições realmente mais adequadas aos tempos ESG atuais. Além disso, diversos executivos têm demonstrado que o exemplo da alta liderança é determinante para a mudança. Bons casos, por mais iniciais que sejam, demonstram um movimento”, pontua.
Consumo consciente e novos modelos de negócios
Uma das alternativas apontadas por Hugo Tadeu é o consumo consciente e novos modelos de negócios utilizados por startups como a Allugator. Em entrevista à Forbes Brasil, Pedro Sant’Anna e Cadu Guerra, fundadores da startup de assinaturas de iPhone criada em 2016, reforçam os diferenciais do modelo de assinaturas também em uma perspectiva de consumo consciente. “Quando a própria Apple estuda e testa o desenvolvimento de planos de assinatura, temos a convicção de que esse modelo é o futuro e será cada vez mais promissor na medida em que as pessoas mudam seus hábitos e a relação que possuem com os bens”, afirma Cadu Guerra.
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“Hoje, nosso diferencial está baseado em tudo que construímos no como desenvolver serviços por assinatura. Como transformar um produto em serviço. Como você acopla outros serviços em um produto para que ele tenha valor agregado e como transformar essa dinâmica em algo funcional e prático aos consumidores. Muito menos sobre o aluguel em si, nós desenvolvemos um negócio de experiência e fidelidade que possui muitos diferenciais”, reforça Guerra.
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