Raiva e outras doenças em cães que podem ser evitadas com vacinas

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Dia 28 de setembro, é o Dia Mundial contra a Raiva, data importante para a conscientização dos tutores sobre a doença e a necessidade da vacinação dos pets para que a zoonose possa ser combatida. Porém, essa não é a única doença de cães que pode ser evitada com a vacina, viu? Na verdade, várias das principais enfermidades que afetam os bichinhos podem ser combatidas dessa forma.

Separamos a seguir as principais doenças em cães que as vacinas podem evitar, segundo Julcynete Magalhães, que é médica-veterinária. Confira:

Raiva

É uma das doenças mais graves para pets e ainda não tem cura. Trata-se de uma doença — que também pode ser transmitida para seres humanos — de notificação obrigatória. Ou seja, o dono precisa comunicar aos órgãos competentes em caso de infecção do animal.

A transmissão da raiva ocorre pela saliva ou pela mordida de um animal enfermo. Após a infecção, o vírus age no sistema neurológico do pet. Entre os sintomas da raiva estão: febre, dor de cabeça, salivação excessiva, espasmos e paralisia.

Como a vacina antirrábica é a única forma de evitar a doença, é muito importante que os tutores estejam alerta e vacinem seus animais. Muitas cidades realizam mutirões de vacinação gratuitos a fim de evitar esta zoonose.

Cinomose

Doença viral contagiosa provocada pelo vírus CDV, a cinomose é transmitida através do contato direto com secreções nasais e oculares, tosse e espirros. Além disso, as fezes também podem conter os vírus infectantes.

Na primeira fase da doença, o cão pode ter problemas respiratórios. Todavia a doença pode se agravar e causar danos neurológicos com efeitos como espasmos, paralisia e convulsão.

A cinomose pode levar o animal à morte e a única forma de ser evitá-la é com a imunização, encontrada nas vacinas múltiplas (óctupla ou décupla).

Parvovirose

A parvovirose é também considerada uma doença viral grave. A transmissão ocorre por meio das fezes de outros animais doentes e afeta o sistema digestivo dos cães. Com quadros de vômito e diarreia, na maioria das vezes com sangue nas fezes, a doença pode causar desidratação no animal.

Por se tratar de um vírus resistente, o agente infeccioso pode permanecer na residência por meses, mesmo após a higienização. Assim, caso o cão contraia a doença, é necessário que o ambiente fique pelo menos durante seis meses sem receber outros animais. É possível evitar a parvovirose com vacinas múltiplas.

Várias doenças caninas podem ser evitadas por meio das vacinas – Foto: Shutterstock

Hepatite infecciosa canina

É uma infecção no fígado de cães, causada pelo adenovírus tipo-1. O vírus acomete as células hepáticas do animal e pode ser fatal.

A doença, comum sobretudo em animais mais jovens, tem transmissão por meio de descargas orais e nasais, além de outras secreções, como as fezes de animais infectados. Após acometer o fígado, causa febre, vômito, diarreia e lesão ocular.

A principal forma de prevenir a enfermidade é por meio de vacinas múltiplas.

Leptospirose

É uma doença infecciosa transmitida pela bactéria leptospira durante a exposição do animal, de forma direta ou indireta, à urina de animais contaminados. A transmissão também é possível pelo contato de mucosas ou de pele lesionada com água contaminada.

Vale salientar que a doença é uma zoonose, então também pode passar para seres humanos. Entre os sintomas, estão a febre, vômitos, diarreia, perda de apetite, urina escura e úlcera bucal, além da cor amarelada nos olhos e na boca do animal.

Vacinas múltiplas são a melhor forma de prevenir a doença nos pets.

Doença respiratória infecciosa canina

Considerada uma espécie de gripe canina, é uma doença contagiosa que afeta o trato respiratório do cão. São vários os vírus e bactérias responsáveis pela infecção, entre eles Bordetella bronchiseptica (Bb), vírus parainfluenza (CPIV) e adenovírus tipo 2 (CAV-2).

Também são diversos os sinais clínicos da doença, mas os principais são febre, corrimento nasal e tosse, seguidos por possível taquipneia e lesões graves no trato respiratório, podendo progredir para uma pneumonia.

A prevenção contra o CPIV e CAV-2 está em vacinas múltiplas, enquanto o contra a Bb encontra-se em vacina separada ou em conjunto com as cepas citadas acima.

Coronavirose entérica canina

A coronavirose é uma doença viral que afeta o trato gastrointestinal do cachorro. Os sintomas são diarreia intensa, perda de apetite, vômito, desidratação, aumento de temperatura corporal e tremores, além de apatia e depressão.

O animal pode ser infectado por fezes de animais doentes. A enfermidade não é letal, mas, em conjunto com outras doenças, como a parvovirose, pode agravar o quadro geral do animal e aumentar a taxa de letalidade.

É possível prevenir essa doença altamente contagiosa com vacinação, por meio de vacinas múltiplas.

Giardíase canina

A doença, transmitida pelo protozoário Giardia lamblia, traz problemas intestinais, como diarreia, para o cão. Como o sintoma é muito parecido com o de várias outras doenças, a confirmação do diagnóstico depende de exame parasitológico de fezes.

É uma zoonose que pode afetar principalmente crianças, idosos e pessoas imunocomprometidas através da ingestão dos cistos. O pet pode se contaminar por meio das fezes de diferentes animais infectados, por água não filtrada e alimentos que não foram higienizados corretamente. Nesse sentido, é possível evitá-la por meio de vacina específica para a doença.

Leishmaniose

É uma das zoonoses mais graves. A transmissão da leishmaniose visceral canina ocorre principalmente pela picada do flebotomíneo, mais conhecido como mosquito-palha. Além disso, o cão é considerado o responsável pela manutenção do seu ciclo biológico no ambiente urbano, pois apresenta o maior número de parasitas, principalmente na pele.

O diagnóstico é considerado difícil, pois há grande variedade de sintomas que, por si só, não confirmam a doença, como crescimento exagerado das unhas, anemia, palidez da mucosa, dermatites, crescimento do baço e fígado, entre outros.

Há tratamentos contra a leishmaniose que aumentam a sobrevida e a qualidade de vida do animal infectado, mas não há cura. Assim, a principal forma de proteger o animal é por meio da vacina contra leishmaniose.

Por fim, vale lembrar que, para qualquer uma dessas vacinas, é necessário pesquisar sobre a quantidade de doses necessárias e outras informações importantes antes de levar o cão para ser vacinado.

Fonte: Julcynete Magalhães, médica-veterinária e supervisora comercial da VetBR.

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