O ambiente corporativo costuma ser desafiador, e a jornada de trabalho, muitas vezes, vem acompanhada de competição excessiva, sobrecarga e outros cenários desmotivadores que podem levar alguém a optar por uma mudança de carreira.
De acordo com pesquisa recente realizada pela Pagegroup, a principal razão para a transição no âmbito profissional é a falta de perspectiva de crescimento na empresa.
Segundo a mentora em Carreira & Liderança, Gisele Miranda, para uma boa transição de carreira, é necessário, antes de tudo, ter clareza em seus objetivos profissionais e ressalta a importância do planejamento, inclusive financeiro, para conseguir realizar a transição com segurança.
“Nunca é bom agir sem refletir. Essa não é uma decisão para ser tomada da ‘noite para o dia’. É fundamental ter um plano bem elaborado, inclusive de recursos, já que a pessoa estará abrindo mão de estabilidade e iniciando em uma área nova, onde não sabe bem qual será o retorno”, alerta.
Decida seus objetivos profissionais antes de transitar de carreira – Foto: Shutterstock
Além disso, Gisele aconselha quem “abraçar” a ideia da mudança a priorizar empresas que valorizam e ajudam os seus funcionários a crescer profissionalmente. No entanto, ela alerta que a “visão romântica” de um trabalho completamente positivo é inviável.
“Nenhuma instituição será perfeita. Por isso, o importante é ter equilíbrio e buscar por empresas respeitosas e éticas, mesmo que haja contrapontos não tão positivos”.
Assim, pensando em ajudar aquelas pessoas que desejam uma mudança de carreira bem-sucedida, a especialista listou cinco erros frequentes cometidos por profissionais:
1. Agir impulsivamente
Segundo a mentora, é interessante ter sempre um plano bem estruturado: “Quando agimos impulsivamente, corremos o risco de tomar decisões que podem levar ao arrependimento no futuro, já que são questões importantes e que acarretam consequências significativas”, explica Gisele.
Sendo assim, ao identificar seu descontentamento, o indivíduo pode buscar novos meios para estruturar-se. A especialista aconselha que, por exemplo, quando há insatisfação com o trabalho do momento, procure outros antes de optar pela demissão, para não ficar “à deriva” e sem emprego, um risco para o profissional.
2. Não se fechar para outras opções
Um erro comum daqueles que estão passando pelo processo de transição entre carreira é a exclusão de oportunidades, na opinião de Gisele. “Planos são bons, mas quando passam a eliminar possibilidades diferentes do programado, o planejamento pode tornar-se maléfico”, avalia a mentora.
É importante ter um plano de carreira, mas sem segui-lo “à risca”, já que este deve servir para o profissional apenas se apoiar. “Cegar-se para novas possibilidades pode não ser a melhor opção”, alerta Gisele.
3. A teoria é diferente da prática
É natural que o ser humano coloque expectativas sobre situações — o problema é que muitas vezes estas não são supridas. Sendo assim, antes do compromisso com um novo emprego, é interessante que o indivíduo conheça-o o melhor possível.
“Sempre digo que a teoria é diferente da prática. Por isso, é importante que aquele que busca um novo propósito tenha em mente esse pensamento. Além disso, é possível que a ideia não seja exatamente como se pensou no dia-a-dia, por isso deve-se evitar fazer uma transição de carreira e realizar escolhas baseadas em achismos, e não na realidade”, opina a mentora.
Para evitar esse erro, ela recomenda pesquisar sobre a nova profissão e conversar com profissionais daquele mercado, para ter um panorama realista.
4. Não ter uma reserva financeira
“A palavra ‘transição’, a meu ver, é quase um sinônimo para ‘mover-se do conforto’”, opina Gisele. “Quando saímos da nossa ‘bolha’, mesmo que acompanhados de um plano bem estruturado, haverá imprescindivelmente obstáculos em nossos caminhos, que podem vir a atrapalhar o alcance do objetivo final. Sendo assim, é interessante uma poupança de emergência”, continua.
Devemos sempre ser otimistas, mas também realistas. “A reserva monetária será muito importante até a estabilização da mudança, e ajudará inclusive a controlar a ansiedade. Saber que tem recursos para se manter por um período ajudará aquele profissional a fazer a transição de forma mais tranquila”, opina Gisele.
5. Dinheiro é essencial, mas não é tudo
A vida de cada pessoa é singular e, portanto, cada um vive de acordo com sua realidade. As vivências variam em cenários socioeconômicos: há pessoas mais confortáveis em termos de recursos financeiros, e outros cuja situação passa bem longe disso. Mas o retorno financeiro não deve ser o fator principal para a escolha do próximo passo na mudança de carreira, na visão da especialista.
“A prioridade de alguns indivíduos é ter uma boa condição financeira, o que é compreensível e saudável. É claro que o dinheiro é importante, no entanto, no momento de troca de profissão ou emprego, outros fatores devem ser levados em conta, como as funções e a rotina daquela nova carreira, o ambiente de trabalho, a cultura da empresa, as possibilidades de desenvolvimento pessoal e profissional”, finaliza a mentora em carreira.
Fonte: Gisele Miranda, mentora de Carreira & Liderança, autora e palestrante.