Banco Central injeta US$ 2 bilhões no mercado de câmbio

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REUTERS/Adriano Machado

Forte alta do dólar exige venda de US$ 2 bilhões no mercado de câmbio pelo Banco Central

O Banco Central (BC) vendeu nesta sexta-feira (23) US$ 2 bilhões em leilões de venda de moeda conjugados com leilões de compra no mercado interbancário, em operação que não realizava desde o fim de 2021.

O BC recorre a esse instrumento principalmente em momentos de falta de liquidez no mercado de câmbio à vista, o que normalmente ocorre no fim do ano. O comentário no mercado é que o BC pode ter realizado a operação para ajustes no cupom cambial (taxa de juro em dólar), que acelerou a alta recentemente.

Demanda corporativa pontual também foi citada por operadores como motivo para o leilão extraordinário do BC.

O dólar à vista tinha forte alta ante o real nesta sexta, replicando aversão a risco generalizada no exterior, mas até a véspera o real vinha demonstrando um dos melhores desempenhos globais, amparado pelos juros elevados no Brasil e pela perspectiva de uma política econômica mais pragmática no próximo governo.

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O BC anunciou o edital dos leilões na noite de quinta e, ao realizá-los nesta sexta, aceitou duas propostas, com taxa de corte de 4,190000%. A colocação de liquidez será liquidada no próximo dia 27 e a recompra de moeda está prevista para 3 de novembro.

A venda de moeda conjugada com compra –chamada também de leilão de linha– consiste em uma operação de dólar no mercado à vista em conjunto com um leilão de dólar a termo na ponta inversa. Dessa forma, não afeta a exposição cambial das instituições envolvidas; em tese, portanto, sem efeito direto nos preços do mercado de câmbio.

Ao intervir no mercado, a autoridade monetária costuma utilizar mais contratos de swap cambial, que permitem troca de rentabilidades. No caso do swap cambial tradicional, o BC paga ao mercado a variação da taxa de câmbio no período mais o cupom cambial; em troca, os tomadores dos swaps concordam em remunerar o BC com a taxa Selic.

O objetivo do BC com esse instrumento é evitar movimento disfuncional do mercado de câmbio, provendo hedge cambial –proteção contra variações excessivas do dólar em relação ao real– e liquidez aos negócios. A colocação de contratos de swap tradicional, portanto, funciona como injeção de dólares no mercado futuro.

Outra modalidade de instrumento de intervenção cambial é a venda ou compra direta de dólares no mercado à vista, mais incomum, no entanto.

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