CEO do EBANX fala sobre a África, novo destino da startup unicórnio

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João Del Valle, CEO do EBANX: “Apesar das diferenças econômicas, geográficas e tecnológicas, podemos traçar alguns paralelos entre África e América Latina, como o fenômeno mobile, que é muito forte em ambas as regiões”

O EBANX, fintech de pagamentos digitais, anunciou a chegada a três países da África: África do Sul, Nigéria e Quênia. Após o início de uma expansão na América Latina, onde mantém uma operação estratégica no México desde janeiro, o unicórnio brasileiro almeja a expansão em um novo continente. À Forbes Brasil, João Del Valle, CEO da empresa, fala sobre a estratégia e o potencial dos três novos mercados.

Forbes – O que levou o EBANX a olhar para esses três países da África (África do Sul, Nigéria e Quênia) como mercados estratégicos?
João Del Valle – Os três combinam características que refletem bastante do que está acontecendo na economia digital do continente, colocando a região como a próxima fronteira de crescimento econômico e aumento acelerado do consumo online, com uma população jovem, urbana e digitalizada, e uma alta taxa de penetração digital e de celulares. A África é atualmente a região com maior crescimento no número de compradores digitais – são 130 milhões de pessoas comprando online e uma projeção de crescimento de 35% nos próximos dois anos.

FB – Qual o contexto de médio prazo deste mercado?
João – Esse é um cenário repleto de oportunidades para melhorar o acesso a pagamentos digitais e ao comércio digital global na região, os dispositivos móveis e as transferências de dinheiro digital são a base para o acesso bancário e a inclusão financeira. É diferente, por exemplo, da América Latina, em que as compras online impulsionaram os pagamentos digitais. Nos países africanos, vemos que os pagamentos digitais têm tudo para impulsionar a economia digital, e há ainda uma enorme oportunidade, com cada vez mais compradores digitais.

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FB – Quais os paralelos entre América Latina e África?
João – Apesar das diferenças econômicas, geográficas e tecnológicas, podemos traçar alguns paralelos entre África e América Latina, como o fenômeno mobile, que é muito forte em ambas as regiões: as pessoas consomem e pagam cada vez mais por meio de dispositivos móveis. E o movimento crescente de inclusão financeira através do digital, seja pelo digital banking, seja pelos métodos de pagamentos alternativos, como carteiras digitais, mobile money e pagamentos instantâneos, entre outros.

FB – E o contexto dos meios de pagamento digitais?
João – Quando olhamos para o cenário de pagamentos digitais da África do Sul, Quênia e Nigéria, percebemos que os africanos são hard users de mobile money e transferências, devido a um conjunto de fatores, inclusive geográficos, que tornam o acesso a agências bancárias mais difícil. O mobile money é um fenômeno à parte na região, que funciona com base em plataformas de mensageria, possibilitando a transferência de dinheiro pelo celular.

FB – Por fim, quais os próximos passos dessa expansão?
João – Todo esse contexto econômico, tecnológico e digital da região nos diz que a África tem tudo a ver com a missão do EBANX, de fornecer acesso aos melhores métodos de pagamentos digitais e abrir as portas para o comércio digital global. Chegamos com soluções que contemplam métodos de pagamento locais como o Instant EFT by OZOW, na África do Sul, uma transferência verificada instantaneamente; a M-Pesa, mobile money popular no Quênia; e, na Nigéria, o USSD, uma tecnologia que possibilita o pagamento de compras pelo celular para consumidores que não possuem conta bancária ou cartão de crédito, e as tradicionais transferências.”

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