O que é o mercado futuro e como ele funciona na prática?

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Getty Images/Chuanchai Pundej

Os contratos futuros têm quatro grandes segmentos: juros, câmbio, índices e commodities

O mundo dos investimentos reserva muitas possibilidades para aqueles que querem se aventurar, estudar e entender como é a melhor forma de fazer seu dinheiro render.

Além das modalidades mais comuns, como ações, renda fixa e fundos multimercados, existem investimentos menos comentados, como a aplicação no mercado futuro, que pode ser uma forma interessante para os investidores com maior apetite de risco para proteger o patrimônio.

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No mercado futuro se negociam contratos futuros, que representam o compromisso de comprar ou vender uma certa quantidade de um bem a um preço pré-estabelecido, em uma data futura.

Os contratos futuros têm quatro grandes segmentos: juros, câmbio, índices e commodities.

Felipe Vella, analista de renda variável da Ativa Investimentos, dá um exemplo sobre como os contratos de moeda podem ser vantajosos.

“Se você importa trigo e fecha um contrato de seis meses com o dólar cotado a R$ 5,00 e, no fim do período, ele atingir R$ 7,00, o resultado financeiro não será positivo. Com o contrato futuro do dólar, você pode travar o valor da moeda de hoje e carregar para daqui seis meses. Desta forma, o investidor ganharia 40% na posição do contrato, mas perderia 40% no custo físico dos produtos, o que deixaria a situação no zero a zero”, explica o analista.

Leandro de Checchi, analista da Clear Corretora, explica que quando se fala em contratos futuros, a liquidação é feita, em maior parte, de forma financeira. Isso significa que se o investidor escolher aportar em um contrato de commodities agrícolas, como os de açúcar, por exemplo, a valorização será realizada em dinheiro e não por meio da matéria-prima em si.

Nos contratos futuros, a percepção do lucro ou do prejuízo também é sentida de forma diferente, já que o investidor pode acompanhar diariamente o dinheiro entrando ou saindo de sua conta após a valorização ou desvalorização dos ativos nos quais aportou.

No mercado acionário, por exemplo, só é possível sentir o efeito das movimentações após a venda dos ativos. Antes disso, o investidor não realizou realmente a perda ou ganho financeiro.

Apesar da liquidez diária, os analistas afirmam que é preciso tomar cuidado na hora de considerar a modalidade, já que ela é recomendada para investidores com bastante experiência e conhecimento do mercado, além de alta tolerância para riscos.

“Não recomendo apostar no mercado futuro se você está começando a investir agora, já que é preciso saber muito bem o que está fazendo. Existem custos operacionais, a margem é reduzida, é preciso ficar de olho no vencimento e a alavancagem é muito grande, o que pode ser bom, mas também pode ser um risco”, comenta o analista da Ativa.

Agora, se o investidor experiente optar pela modalidade, ambos os especialistas concordam que a forma mais simples de utilização dos contratos é para a proteção de ativos e da carteira de ações, como exemplifica Checchi, da Clear.

“Imagine um cenário em que eu tenho ações, por algum motivo acho que o mercado vai cair e não quero me desfazer delas. Nessa situação eu posso vender contratos futuros do Ibovespa para me proteger da queda, sem ter que vender as ações, assim eu teria um ganho com essa queda”, diz o analista.

Afinal, os analistas recomendam o uso dos contratos?

Para Leandro de Checchi, da Clear, depende do objetivo dos investidores. Se for para proteção, sim. Por outro lado, Felipe Vella, da Ativa, não recomenda o aporte.

“Acredito que, pensando nas principais categorias de uso dos contratos, como índices e câmbio, existem outras maneiras de se expor a esses ativos, como o BOVA11, o ETF do Ibovespa, ou até os fundos cambiais, entre outras possibilidades”, diz Vella.

Entre os contratos futuros com maior destaque no mercado eles elencam o mini-contrato do índice Ibovespa (WIN) e o mini-contrato do dólar (WDO).

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