Ibovespa cai 2,3% após inflação maior do que o esperado nos EUA

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O Ibovespa registrou forte queda hoje (13), de 2,30%, a 110.794 pontos, após três altas seguidas. O resultado maior do que o esperado da inflação nos Estados Unidos impulsionou uma saída de ativos de risco em Wall Street e um movimento de realização de lucros no pregão brasileiro.

De acordo com o Departamento do Trabalho dos EUA, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,1% em agosto. Economistas consultados pela Reuters projetavam queda de 0,1%. Na base anual, o indicador acumula alta de 8,3% em doze meses, ante projeção de 8,0% dos economistas e 8,5% no acumulado até julho.

Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o núcleo do CPI subiu 0,6% em agosto, ante expectativa de 0,3% dos especialistas e alta de 0,3% em julho. Em doze meses, o núcleo chega a 6,3%, de 6,1% estimados e 5,9% em julho.

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Para Rachel de Sá, chefe de economia da Rico Investimentos, o resultado anual reflete uma queda em relação ao mês anterior – de 8,5% para 8,3% –, mas segue muito acima da meta do banco central norte-americano (de 2,0%), o que indica que o Federal Reserve terá um trabalho grande pela frente.

“O número pior do que o esperado em agosto foi puxado principalmente pela alta de serviços, como aluguel e transporte, que seguem bastante pressionados e indicam uma economia ainda aquecida”, diz a economista.

Esse cenário impacta diretamente a política monetária do país, ou seja, o rumo dos juros norte-americanos. Em 20 e 21 de setembro, o comitê de política monetária do Fed (Fomc, na sigla em inglês) se reúne para decidir sobre os juros nos EUA.

As expectativas apontam para um terceiro aumento de 0,75 ponto percentual, o que elevaria a taxa para entre 3% e 3,25%.

O grupo financeiro Nomura, entretanto, projeta mais longe. Segundo pesquisa entre os analistas publicada hoje, a alta será de 1 ponto percentual “devido à materialização de riscos de alta da inflação”. A nota diz que o CPI subiu mais do que o esperado em agosto e agora a expectativa é que os juros fechem o ano em um intervalo de 4,50% a 4,75%.

Em Wall Street, a fuga de risco foi em massa e os três principais índices registraram seus maiores recuos diários deste ano. O S&P 500 fechou em queda de 4,33%, a 3.932 pontos, o Dow Jones caiu 3,94%, a 31.104 pontos, e o Nasdaq perdeu 5,16%, a 11.633 pontos.

Foi a maior queda percentual das bolsas de NY em 2022. Antes dos números de hoje, a maior perda em um dia tinha sido registrada em maio, com recuos de 4,04% para o S&P, 4,73% para o Nasdaq e 3,56% para o Dow Jones.

“Quanto mais [altas as] taxas de juros nos EUA, mais complexo fica [a captação financeira] para o restante do mundo, por fluxo de dinheiro migrando para lá, por risco, por volatilidade…”, diz Daniel Alberini, sócio na CTM Investimentos.

Por aqui, o Ibovespa acompanhou o clima de pessimismo. O índice não fechou na maior queda do ano, mas chegou perto (o maior recuo foi de 2,90%, em junho). Somente duas ações mantiveram o sinal positivo no fechamento da sessão: MRV (MRVE3) e BB Seguridade (BBSE3).

A MRV subiu 0,90%, a R$ 12,32, diante de perspectivas favoráveis para construtoras com foco na baixa renda. O papel é um dos preferidos do Itaú BBA no setor.

Já a ponta de perdas do Ibovespa foi puxada por Hapvida (HAPV3), que recuou 6,71%, seguida por Natura (NTCO) e Qualicorp (QUAL3), com quedas de 6,49% e 6,15%.

O dólar comercial fechou em alta de 1,77%, a R$ 5,1875.

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