O dólar iniciava a semana em queda contra o real, em um dia marcado por fraqueza da divisa norte-americana no exterior, enquanto participantes do mercado aguardavam dados de inflação dos Estados Unidos com divulgação agendada para terça.
Às 10:20 (de Brasília), o dólar à vista recuava 0,42%, a R$ 5,1248 na venda. Embora ainda operasse no vermelho, a moeda estava acima dos menores patamares da sessão, depois de mais cedo cair 0,69%, a R$ 5,1108, nível que não era visto desde o último dia 30.
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Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,59%, a R$ 5,1505.
A moeda norte-americana caía pela terceira sessão consecutiva, depois de tombar a R$ 5,1462 na sexta-feira (9), menor valor desde 30 de agosto (R$ 5,1120).
O movimento estava alinhado à queda de 0,6% de um índice do dólar contra uma cesta de moedas fortes nesta manhã, que, somada à valorização das ações nas principais bolsas do mundo, denotava bom humor nos mercados financeiros internacionais.
Investidores indicavam como destaque desta semana a divulgação de leitura do índice de preços ao consumidor dos EUA na terça-feira, que pode ter influência sobre a próxima decisão de política monetária do banco central do país, o Federal Reserve, que se reunirá na semana que vem.
“Ressaltamos que a adoção de estratégia de dependência de dados (pelo Federal Reserve) pode trazer bastante volatilidade para os ativos nesta semana”, escreveu a equipe de estratégia e macro do BTG Pactual.
“Surpresas baixistas com os indicadores de inflação e dados mais fracos de atividade podem resultar em um maior apetite ao risco”, disseram os profissionais, ressalvando, contudo, que isso não mudaria o cenário de provável manutenção do ritmo agressivo de aperto monetário do banco central norte-americano.
O Fed já subiu sua taxa de juros em 2,25 pontos percentuais desde março deste ano, e a maior parte dos mercados financeiros acredita que a autoridade monetária elevará os custos dos empréstimos em mais 0,75 ponto em seu encontro deste mês, de forma a evitar desancoragem das expectativas de inflação.
No geral, quanto mais duro é o Fed no combate à alta dos preços, mais o dólar tende a se beneficiar.
Além de fatores externos, alguns participantes do mercado destacavam motivos domésticos como possíveis suportes para o real, entre eles o patamar elevado da taxa Selic, que torna a moeda brasileira atraente para estratégias de “carry trade”. Elas consistem na tomada de empréstimo em divisa de país de juro baixo e aplicação desses recursos em mercado mais rentável, de forma que o investidor lucra com o diferencial de taxas.
“Acreditamos que o ‘carry’ seletivo é o caminho a seguir aqui, e gostamos de ficar comprados na cesta de moedas latino-americanas, que têm retorno elevado e estão relativamente isoladas da crise de energia que ocorre na Europa”, disse o Citi em apresentação publicada hoje.
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