Apetite por risco impulsiona Ibovespa e derruba dólar

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Acompanhando o viés positivo do mercado no exterior, o Ibovespa teve um dia de forte alta nesta segunda (12) e fechou em alta de 0,99%, a 113.407 pontos. Investidores se animaram com dados do relatório Focus que mostraram uma nova revisão para cima nas projeções do PIB e para baixo nas estimativas de inflação em 2022.

Em Wall Street, a expectativa é pelos dados de inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), que serão divulgados amanhã (13). Os números devem calibrar as apostas do mercado sobre os próximos passos do Federal Reserve (banco central dos EUA) para os juros no país.

No relatório Focus de hoje, a sondagem sobre o IPCA caiu para 6,40%, ante 6,61% na pesquisa anterior. Para 2023, analistas preveem uma inflação próxima da meta de 5%, em 5,17%, ante 5,27% projetado anteriormente.

A revisão acontece depois de o IBGE ter informado na sexta-feira (10) que o IPCA registrou em agosto o segundo mês seguido de deflação, levando o acumulado em 12 meses do índice a 8,73%, contra 10,07% em julho.

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Para o PIB, a projeção de crescimento econômico deste ano subiu ligeiramente para 2,39%, de 2,26% antes – trata-se do 11º ajuste para cima consecutivo. Em 2023, analistas veem alta de 0,50%, ante 0,47% na semana passada.

Os números positivos alavancaram as ações de consumo doméstico do Ibovespa. Varejistas que se fortalecem com a queda da inflação, como Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3), aparecem no ranking de maiores altas do Ibovespa.

Os ganhos foram de 9,13%, a R$ 4,78, para o Magalu, e de 4,91%, a R$ 3,42, para a dona das Casas Bahia. Americanas (AMER3) subiu 4,35%, a R$ 17,28.

Outros destaques no dia são as empresas de tecnologia, como Positivo (POSI3) e Locaweb (LWSA3), que avançaram 4,95% e 4,53% respectivamente.

Já as quedas do Ibovespa ocorreram em setores variados. O Assaí (ASAI3) puxa o ranking com perdas de 1,86%, seguido por Iguatemi (IGTI11), com queda de 1,80%, e PetroRio (PRIO3), que perdeu 1,68%.

Em Nova York, o dia foi positivo, mas o compasso é de espera pelos dados do CPI. Ipek Ozkardeskaya, analista sênior no Swissquote Bank, diz que se o CPI vier fraco o suficiente, ou idealmente mais fraco do que o esperado, o mercado de ações provavelmente dará continuidade ao movimento de alta iniciado na semana passada.

“Se, no entanto, os dados não forem tão suaves quanto o esperado, ou piores, com um número mais alto do que a leitura do mês passado, os ganhos da semana passada provavelmente serão devolvidos rapidamente”, diz comentário do banco enviado a clientes.

Para Ozkardeskaya, não há muito o que ser precificado ainda para a decisão do Fed da próxima semana sobre os juros.

Com as várias declarações de membros do banco central norte-americano da semana passada, na linha de que os juros continuarão subindo até que a inflação esteja sob controle, a chance de uma terceira alta de 0,75 ponto percentual é a mais cogitada.

Hoje, o Dow Jones avançou 0,72%, a 32.383,18 pontos, o S&P 500 ganhou 1,07%, a 4.110,69 pontos, e o Nasdaq subiu 1,27%, a 12.266,41 pontos.

O apetite por risco no dia também ajudou no câmbio brasileiro. O dólar comercial recuou ao seu menor nível desde 30 de agosto ao ser cotado a R$ 5,0842 na mínima intradia.

Ao final da sessão, a moeda norte-americana fechou a R$ 5,0974, após uma queda de 0,98%.

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(Com Reuters)

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