Agricultores argentinos venderam um total de 2,13 milhões de toneladas de soja na última segunda-feira (5) e ontem (6), superando em apenas dois dias as 667 mil toneladas vendidas na semana passada, depois que o governo estabeleceu uma taxa de câmbio preferencial para as exportações da oleaginosa, informou a Bolsa de Rosário hoje (7).
O forte aumento nas vendas ocorre após o anúncio do ministro da Economia, Sergio Massa, no último domingo (4), que estabeleceu a taxa de câmbio para os produtores de soja em 200 pesos por dólar, que está acima da taxa oficial de 140 pesos por dólar.
Até a semana passada, os produtores argentinos vendiam seus produtos a uma taxa significativamente menor do que no ano passado, adiando as vendas em meio à crescente incerteza econômica na Argentina.
A soja, juntamente com o óleo e farelo de soja, é a fonte mais importante de divisas da Argentina.
Até 31 de agosto, antes do anúncio do câmbio, os produtores haviam vendido 52,3% das 44 milhões de toneladas de soja colhidas na safra 2021/22.
O número é inferior aos 62,8% vendidos na mesma data do ano passado, quando a produção ficou em 46 milhões de toneladas, segundo dados oficiais.
As autoridades argentinas pretendem aumentar a atividade com a nova taxa de câmbio.
Em 2021, as exportações de soja totalizaram US$ 21,5 bilhões (R$ 112,27 bilhões).
As exportações do complexo soja argentino são fundamentais para a economia do país, especialmente em um momento de baixas reservas cambiais e inflação crescente.
Além da crise inflacionária e de reservas, o governo do presidente Alberto Fernandez tem que cumprir os termos de um acordo de US$ 44 bilhões (R$ 229,77 bilhões) com o FMI (Fundo Monetário Internacional).
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