Se antes trabalhar de maneira isolada, em silos, era um caminho para gerar vantagem competitiva, hoje observamos que muito mais valor pode ser criado se buscarmos alternativas de maneira colaborativa. Vemos empresas que operam tanto como concorrentes e parceiros se aliando em um movimento dinâmico que traz ganhos para todos os lados e, principalmente, para os clientes.
O resultado? Inovação. Organizações que abraçam a inovação aberta têm uma taxa 59% maior de crescimento de renda. A aceleração dos negócios está atrelada a isso, além de outros benefícios, como produtividade, eficiência, compliance e segurança – fatores que, para empresas cada vez mais digitais, impactam na experiência, na entrega e no valor para o cliente e nas oportunidades para o futuro.
Fazer parte de ecossistemas de negócios passou a ser um fator chave de sucesso. Segundo o relatório 5 tendências para 2022 e além* , do IBM Institute for Business Value, 332% mais executivos dizem que pretendem participar em ecossistemas de negócios em 2022 do que em 2018. Seja para criar crescimento sustentável, enfrentar mudanças climáticas, otimizar o uso de energia ou lidar com outros desafios atuais, a inovação é peça central e, para resolvê-los, precisamos de descobertas mais rápidas, colaboração aberta, soluções eficientes e a capacidade de levar a ciência e os negócios a novas fronteiras.
Onde mora a colaboração
Vivemos dez anos de digitalização em menos de um ano. As empresas que não acompanharam essa velocidade provavelmente ficaram para trás. A complexidade dos ambientes de tecnologia aumentou e novos desafios rapidamente surgiram. E o que vai permitir que as empresas possam lidar com esse cenário é o mundo aberto, impulsionado por uma combinação de computação de alto desempenho, IA e computação quântica, integrados por meio da nuvem híbrida de forma a levar velocidade e escala para as soluções.
A inovação aberta permite que as organizações alavanquem capacidades e recursos de praticamente qualquer lugar, seja dentro ou fora da organização, para depois orquestrá-las em diversas combinações para alcançar e escalar tarefas ou objetivos específicos. No software, o crescimento do código aberto redefiniu de onde ela vem, mas também como ela é monetizada. Outro exemplo são os eletrônicos como smartphones, televisores e demais appliances, que hoje em sua maioria têm sistemas baseados em open source.
Mas para além da questão dos padrões abertos e licenças, o mundo da inovação aberta requer um modelo de governança e uma arquitetura que permita interoperabilidade e escolha, além de entregar confiança e transparência nos sistemas. Para ter força, a inovação deve ser construída junto com um ecossistema colaborativo, um olhar para o futuro e o compromisso com a abordagem aberta.
Colaboração possível
As bases estão criadas. Mas é preciso líderes que estabeleçam diálogo com pessoas que tragam diferentes visões para a mesa, que aproveitem as oportunidades para estar com expoentes de outras áreas de atuação e indústrias e usem essas conexões para trazer um novo olhar para os negócios.
Para além de abrir espaço para essa abordagem, precisamos ajudar a torná-la real, dando acesso a recursos, fazendo parte de comunidades, formando parcerias, fomentando tópicos relevantes junto a diferentes órgãos e instituições, aplicando novas metodologias, usando a tecnologia e impulsionando o talento da América Latina para resolver diferentes problemas da nossa região. Assim, o olhar para a inovação como resultado da colaboração pode fazer parte da cultura de uma empresa de maneira ampla, construindo os caminhos promissores que façam a diferença para empresas e pessoas.
Tonny Martins é gerente geral da IBM na América Latina. O executivo começou sua carreira como estagiário na empresa há 29 anos e ocupou diversas posições de liderança nos segmentos de Serviços, Soluções e Consultoria de Negócios.
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