Há um mês, a Jeep lançou a Gladiator e, mesmo cobrando R$ 499.990 pela picape do Wrangler, a marca vendeu 322 unidades em três horas. Tratou na sequência de acalmar futuros clientes, avisando que “estuda aumentar a disponibilidade do novo Gladiator para o mercado brasileiro”.
Tal como a Jeep, a Ram faz parte do conglomerado Stellantis e também é de origem americana. Na última semana, anunciou a Classic, picape de porte grande que rivalizará, custando em torno de R$ 350 mil, com picapes de porte médio.
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Já a conterrânea General Motors anunciou que “2023 será o ano das picapes Chevrolet no Brasil”. Isso porque terá três lançamentos: a médio-compacta Montana, a gigante Silverado e uma nova versão da média S10.
Tais exemplos ilustram o momento de efervescência do mercado de picapes no Brasil.
“Impulsionadas pelo agronegócio e novas tendências de mercado, as picapes vêm registrando aumento na participação de mercado, principalmente as de maior porte. Atualmente o segmento como um todo representa aproximadamente 17% das vendas, ante 11% há dez anos”, explica a GM, em nota.
A S10, aliás, foi o modelo que mais avançou em participação de mercado neste ano: começou janeiro com 5,86% e até agosto somava 15,27% – os dados são da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), que põe no mesmo balaio modelos como Fiat Toro (detentora de 28,75%) e Renault Oroch (5,28%), que na verdade são médio-compactas.
Entre as médias – cuja líder do segmento é a consagrada Toyota Hilux –, outra que se destacou foi a Mitsubishi L200 Triton Sport, que há dois anos passou por uma reformulação geral. Segundo a montadora japonesa, entre janeiro e julho foram comercializadas 9.036 unidades do veículo no País, aumento de 32% em comparação com o mesmo período do ano passado – melhor desempenho do modelo desde 2015.
“Produto todo mundo tem, mas quem oferece experiência está na frente”, justifica Julio Fiorin, diretor comercial da Mitsubishi Motors no Brasil. O executivo se refere a elementos como os programas de valorização dos seminovos e de financiamento e planos de seguro mais acessíveis. O principal, contudo, são os eventos de experiência.
“Muitos clientes comprar a L200 para participar dos passeios e ralis, que são uma marca forte da Mitsubishi há mais de 25 anos. Eles são uma excelente oportunidade de incentivarmos os nossos clientes a usarem toda a capacidade fora de estrada que seus veículos têm”, complementa Fiorin. Não à toa, o modelo representa cerca de 65% do total de vendas da empresa no Brasil atualmente.
Se antes o mercado se concentrava nas compactas (cujo reino absoluto atualmente é da Fiat Strada) e nas médias, nos últimos anos novos segmentos foram desbravados. Inaugurada pela Renault Oroch em 2015, a seara das intermediárias ganhou a companhia da Fiat Toro no ano seguinte. No início do ano foi a vez da Ford Maverick chegar para flertar não apenas com clientes das rivais, mas também com clientes de SUVs compactos. E a Chevrolet Montana, que chega em 2023, ampliar esse time que, há cerca de sete anos, não existia.
Na outra ponta estão as grandes, um movimento iniciado pela Ram com os modelos 3500, 2500 e 1500 – daí a GM enfim resolver trazer a Silverado, cuja primeira geração nasceu no fim dos anos 1990, e a Ford prometer a F-150 também para o ano que vem.
Em 2023 também estrearão Peugeot Landtrek, Great Wall Poer, VW Amarok reestilizada e um novo modelo da Ram.
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