Pesquisa indica fadiga de videoconferências: saiba como lidar

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Westend61/Getty Images

Com o excesso de videoconferências, 81% dos profissionais reclamam de problemas físicos e mentais ao final do dia

Profissionais em modelo híbrido passam duas horas ou mais em videoconferências todos os dias. Uma pesquisa global feita pela Dimensional Research e encomendada pela empresa de tecnologia Cisco com 1.408 executivos de companhias no mundo todo indicou que o excesso de reuniões é um dos motivos que está levando 42% dos profissionais a planejarem deixar o emprego atual nos próximos 2 anos.

Com o trabalho híbrido e remoto, as conversas que eram antes feitas num café ou no corredor viraram uma chamada no Zoom. E o levantamento mostra como a fadiga das videoconferências prejudica os funcionários, pessoal e profissionalmente. “O principal problema do novo modelo de trabalho remoto e híbrido não é o excesso de reuniões, mas principalmente a sequência de reuniões, uma atrás da outra, sem intervalo”, diz Marcelo Moreira, líder de Engenharia de Colaboração da Cisco América Latina.

Falta tecnologia apropriada

A falta da tecnologia apropriada para as chamadas também é negativa. Quase 70% dos entrevistados usam laptops para participar de reuniões, o que, segundo o especialista, não é o equipamento mais adequado por questões ergométricas, além de causar frustração com má qualidade de áudio e vídeo e ruído de fundo.

Menos da metade dos entrevistados disseram ter a tecnologia necessária para trabalhar remotamente. “A pesquisa mostra que 8 em cada 10 profissionais afirmam terminar o dia de trabalho com dores de cabeça, no pescoço ou ombros, entre outras reclamações relacionadas à saúde física”, diz Moreira.

Com o tempo, esses problemas físicos também podem se tornar questões de saúde mental. “Com isso, o profissional perde o engajamento e a produtividade, afetando as demandas do trabalho.”

Leia também: Reduzir reuniões traz menos gastos e mais produtividade

Como reduzir a fadiga das videoconferências

O trabalho híbrido e as videoconferências fazem parte do novo modelo de trabalho, e é papel das empresas fornecer aos funcionários a melhor tecnologia para reduzir a fadiga das reuniões e minimizar problemas físicos, além de tomar medidas para melhorar práticas de colaboração e reduzir a sobrecarga de reuniões. “É importante que os líderes repensem e invistam na melhoria das condições de trabalho no novo ambiente de trabalho híbrido.”

Para os funcionários, mudanças de cultura em relação às reuniões e melhor tecnologia poderiam ajudar a reduzir a fadiga. “E uma boa experiência de trabalho híbrido pode contribuir para uma maior satisfação no emprego, mais qualidade de vida, maior engajamento com a empresa e aumento de produtividade.”

Os novos modelos de trabalho trazem benefícios: a pesquisa mostrou que 47% dos profissionais em modelo remoto ou híbrido perceberam um aumento de produtividade. O que falta, diz o especialista, é melhorar as condições de trabalho, focando no bem-estar dos empregados para obter todos os benefícios – profissionais mais engajados, atração e retenção de talentos, redução de custos com menos espaço de escritório e maior produtividade.

A mudança de cultura e o investimento em tecnologia são responsabilidade das empresas e da liderança, mas os funcionários também podem também fazer a sua parte com estas sugestões de Moreira:

evitar agendar várias reuniões seguidas;
respeitar o horário para começar e terminar;
explicar o propósito da reunião no convite;
procurar alterar o local de trabalho dentro de casa;
participar de algumas reuniões fazendo uma caminhada;
respeitar horários de refeições;
manter uma rotina saudável, com atividades físicas e meditação, por exemplo.

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