Mikhail Gorbachev, que encerrou a Guerra Fria sem derramamento de sangue, mas não conseguiu evitar o colapso da União Soviética, morreu hoje (30) aos 91 anos, anunciaram agências de notícias russas segundo funcionários de hospitais.
Gorbachev, o último presidente soviético, liderou uma era sem precedentes de reforma econômica no estado soviético que precedeu a queda do comunismo na Europa Oriental. Ele costurou acordos de redução de armas com os Estados Unidos e parcerias com potências ocidentais para remover a Cortina de Ferro que dividia a Europa desde a Segunda Guerra Mundial e trazer a reunificação da Alemanha.
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A causa da morte não foi divulgada, mas foi amplamente reportado no início deste verão que eleestava sofrendo de uma grave doença renal.
Gorbachev passou décadas trabalhando nas fileiras do Partido Comunista Soviético, tornando-se o líder do país em 1985, quando foi escolhido como secretário-geral do partido. Os seis anos em que foi chefe do Estado soviético foram marcados por movimentos em direção a liberdades individuais aprimoradas e longe do modelo econômico de planejamento centralizado do país por meio de suas políticas de glasnost (abertura) e perestroika (reestruturação).
Queda da URSS
Quando protestos pró-democracia varreram as nações do bloco soviético da Europa Oriental comunista em 1989, ele se absteve de usar a força – ao contrário de líderes anteriores do Kremlin que enviaram tanques para esmagar revoltas na Hungria em 1956 e na antiga Tchecoslováquia em 1968.
Mas os protestos alimentaram aspirações de autonomia nas 15 repúblicas da União Soviética, que se desintegraram nos dois anos seguintes de forma caótica.
Gorbachev lutou em vão para evitar esse colapso. Ao se tornar secretário-geral do Partido Comunista Soviético em 1985, com apenas 54 anos, ele se propôs a revitalizar o sistema introduzindo liberdades políticas e econômicas limitadas, mas suas reformas saíram do controle.
Sua política de ‘glasnost’ permitiu críticas anteriormente impensáveis ao partido e ao Estado, mas também encorajou nacionalistas que começaram a pressionar pela independência nas repúblicas bálticas da Letônia, Lituânia, Estônia e outros lugares.
Muitos russos nunca perdoaram Gorbachev pela turbulência que suas reformas desencadearam, considerando a queda subsequente em seus padrões de vida um preço alto demais a pagar pela democracia.
Depois de visitar Gorbachev no hospital em 30 de junho, o economista liberal Ruslan Grinberg disse ao jornal das forças armadas Zvezda: “Ele nos deu toda a liberdade – mas não sabemos o que fazer com ela”.
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