A produção de suco de laranja do Brasil, maior produtor e exportador global, deverá aumentar 25% na temporada 2022/23 (julho/junho), na esteira de uma melhora na safra, mas os estoques finais deverão permanecer em níveis relativamente baixos com uma demanda firme, avaliou hoje (29) a associação de exportadores CitrusBR em seu site.
Segundo o diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto, a produção total de suco de laranja no cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo Mineiro está projetada em cerca de 1,028 milhão de toneladas, versus 821 mil toneladas em 2021/22, enquanto a demanda está estimada em, “no mínimo”, 1 milhão de toneladas em 2022/23.
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“Na safra 2021/22 não houve oferta suficiente para fazer frente à demanda, o que significa que faltou produto. Então, a demanda deve vir na casa de 1.000.000 de toneladas no mínimo”, disse Netto, à Reuters.
O setor de suco do Brasil vem lidando com problemas de oferta da fruta devido a problemas climáticos nas últimas duas safras, mas a expectativa é de um aumento de 20,5% em 2022/23 na principal região produtora do país (SP/MG), segundo projeção do instituto de pesquisa Fundecitrus.
Ainda assim, os estoques finais projetados para 30 de junho de 2023 não devem ficar muito diferentes dos registrados ao final da temporada 2021/22, quando fecharam em 143,1 mil toneladas, queda de 54,8% ante a temporada anterior e nos menores níveis desde 2017.
Para o final do atual ciclo, a CitrusBR estima que os estoques finais de FCOJ equivalente (suco congelado e concentrado) devem estar em torno de 140 mil toneladas.
“Esse resultado pode variar de acordo com a demanda internacional pelo produto, porém, com uma oferta ainda restrita de fruta, acreditamos é que a tendência é de uma certa estabilidade em níveis mais baixos como o verificado em 30 de junho deste ano”, acrescentou o executivo.
Ele lembrou que a Flórida –maior Estado produtor dos EUA– passa por problemas de produção e os estoques estão “minguando” por lá.
“Entre os principais fornecedores (Brasil e México) a tendência é que a Flórida continue a demanda FCOJ do México e NFC (não concentrado) do Brasil, como já observamos na safra passada, apesar da restrição da oferta”, disse.
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