O etarismo foi um dos assuntos mais discutidos nos últimos dias devido à crença que de as mulheres, ao envelhecerem, perdem seus direitos de ser mulher, de desfrutar da vida e, sobretudo, de sentir prazer. A parte boa é que ainda existem grandes influenciadoras trazendo o assunto para a pauta e mostrando colocando o assunto na lupa , como é o caso da atriz Andréa Beltrão, ativíssima nesse posicionamento.
Em entrevista à revista TPM, ela fala sobre o espanto comum das pessoas ao saberem sua idade, 58 anos, que reagem dizendo “MAS você está ótima”. Com bom humor, ela se questiona como deveria estar para, então, pertencer à faixa etária senão muito bem.
As mulheres interessantes envelhecem
E continuam vivíssimas, viu? Mas, antes de tudo, vale entender a causa desse preconceito com o envelhecimento feminino, conhecido por etarismo. Para isso, é bom voltar às décadas — e até séculos! — passados, onde as mulheres, sobretudo as mais velhas, eram enquadradas em um perfil único: donas de casa, mães, avós.
Sendo assim, não havia a mais remota possibilidade de uma mãe viver além da maternidade, saindo com as amigas, por exemplo. Ou, então, de uma avó abandonar os crochês e sentir prazer. E as donas de casa? Está tudo bem trocar a vassoura pelo batom, até porque, as tarefas chamam “domésticas” e não femininas, viu?
“A vovó que está de touca e avental fazendo bolo pros netos não é só a vovó. Quem disse que à noite ela não tem um gato na cama? Uma namorada? Um vibrador incrível?”
Disse Andréa Beltrão à Revista TPM.
Furacão Madonna
E os exemplos de mulheres geniais que rebatem duramente o etarismo não para por aí. No último dia 10, Madonna deu uma entrevista ao programa americano “The Night Show” para celebrar um feito histórico: ela foi a primeira cantora da história a colocar 50 músicas em primeiro lugar na lista da Billboard.
Ainda assim, boa parte dos comentários em suas redes sociais tinham outro tema: ser velha demais. É aí que surge o questionamento: o problema é só passar dos 50 ou continuar sendo poderosa e vivendo como uma mulher até depois dos 50, 60, 70? A resposta a foi amplificada nas vozes dessas mulheres.
Linda Evangelista, apesar de tudo
Outro nome potente e muito falado recentemente é o da supermodelo Linda Evangelista. Após uma criolipólise com efeitos adversos — em que a gordura aumentou em vez de diminuir —, a top model sumiu da mídia por anos. Desse modo, a mesma sociedade que incentiva os procedimentos estéticos, exclui quando alguma coisa não vai bem.
Depois de ser capa da revista People, em fevereiro, Linda estrelou também a última capa da Vogue britânica, marcando um processo de aceitação e volta por cima bastante difícil. Para as fotos que Linda fez, foram utilizadas algumas fitas, a fim mascarar os resultados malsucedidos da intervenção estética. Em entrevista à revista, ela diz ser difícil, mas garante estar tentando se amar apesar de tudo.
Por que os homens não
Enquanto envelhecer é visto como um “vencimento” para as mulheres, o mesmo não acontece em relação aos homens. Essa diferença de visão está enraizada na sociedade e contempla, inclusive, a preferência das relações.
De acordo com Adriana Weitzel, psicoterapeuta, muitas mulheres têm preferido parceiros (ou parceiras) mais velhos devido a uma busca por estabilidade. Isso porque, quando a ideia é assumir responsabilidades na vida a dois, a tendência é que pessoas mais maduras saibam lidar melhor com isso.
“Para alguém ser mais interessante, homem ou mulher, ele precisa de mais elementos, principalmente em sua vivência. Nas sessões de terapia, costumo ouvir ‘me ganhou pelo papo’. Além da comunicação, cultura, respeito, simpatia e habilidade emocionais tornam alguém mais atrativo, independentemente da idade”, finaliza a especialista.
Fonte: Adriana Weitzel, psicoterapeuta.