O Ibovespa cravou sua quarta alta consecutiva nesta quarta (17), após subir 0,17%, a 113.707 pontos. Nesta semana, a Bolsa brasileira teve altas amenas – nenhuma acima de 0,45% –, mas em um mês o índice soma 18% de ganhos, saindo de 97 mil pontos em 18 de julho para os atuais 113 mil pontos.
Sem grandes balanços ou indicadores econômicos para movimentar as negociações do dia, o Ibovespa acompanhou Wall Street pela manhã, com o mercado esperando a divulgação da Ata do Fomc (comitê de política monetária dos EUA).
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No documento, que detalha a decisão do banco central norte-americano do mês passado de elevar os juros em 0,75 ponto percentual, os membros do Fomc indicam que novos aumentos da taxa serão analisados de acordo com os dados de atividade econômica do país.
Algumas das autoridades do comitê ponderam que os juros precisarão permanecer em um “nível suficientemente restritivo” por “algum tempo” para controlar a inflação, que está nos maiores níveis em quarenta anos, acima de 8% no acumulado de doze meses.
Para Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, a mensagem do documento foi mais “dovish” (inclinada a amenizar o aperto monetário). Ele afirma que na próxima semana será possível ter uma ideia melhor do que os membros do Fed pretendem em relação aos juros, com o simpósio de Jackson Hole – encontro anual de banqueiros centrais organizado pelo Fed de Kansas City.
“No Jackson Hole, já com dados de inflação e emprego atualizados, [os membros do Fed] podem comentar sobre os próximos passos”, diz Cruz.
Em Nova York, a ata do Fomc reduziu as perdas das bolsas, mas por pouco tempo. No final da sessão, o Dow Jones recuou 0,50%, a 33.980,72 pontos, o S&P 500 perdeu 0,72%, 4.274,06 pontos e o Nasdaq foi o mais penalizado, com queda de 1,25%, a 12.938,12 pontos.
A leitura dos especialistas é que, após uma euforia inicial com a melhora dos dados inflacionários dos EUA em julho, o mercado ainda espera uma alta de 0,75 p.p. nos juros em setembro.
Por aqui, Petrobras (PETR3; PETR4) e Vale (VALE3) protagonizaram um rali, com a estatal no destaque de ganhos do Ibovespa e a mineradora reforçando as quedas ao lado das varejistas.
Sem novidades no noticiário, a petroleira subiu na esteira da cotação do petróleo no mercado internacional. O barril Brent, referência para a Petrobras, subiu 1,42% no dia, a US$ 93,65. Com isso, as ações PETR3 avançaram 3,33%, a R$ 36,33, enquanto as ações PETR4 subiram 2,34%, a R$ 32,76.
Vale também acompanhou o movimento da sua commodity de referência, o minério de ferro. Os contratos futuros da matéria prima recuaram na China com a notícia de que um racionamento de energia elétrica em partes do país asiático levou ao fechamento de siderúrgicas.
Em Dalian, a cotação do minério caiu 4,4%, a US$ 100,87. No Ibovespa, as ações VALE3 perderam 2,46% no dia, a R$ 68,23.
As varejistas também protagonizaram quedas após uma sequência de três dias de altas. Americanas (AMER3) liderou as maiores perdas, com recuo de 6,13%, seguida por Via (VIIA3), que perdeu 6,08%, e algumas posições depois Magazine Luiza (MGLU3), –3,13%.
O dólar comercial desacelerou a alta depois da Ata do Fomc, mas se manteve em campo positivo frente ao real, fechando com aumento de 0,53% no valor, a R$ 5,1678.
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