De olho na creator economy, influenciadores buscam novas fontes de receita

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Nath Finanças: “estruturar o olhar de negócio é essencial para criar uma percepção crítica das oportunidades que surgem a partir da criação de conteúdo”

A creator economy, que remete aos negócios gerados a partir dos influenciadores popularizados nas redes sociais, vem ganhando cada vez mais significado na medida em que novas tecnologias surgem. Na Web3, contexto de internet descentralizada, com NFTs, avatares e novas plataformas, os criadores passaram a ter mais possibilidades de receitas. Vários levantamentos apontam o tamanho dessa indústria. De acordo com a CB Insights, a creator economy já movimenta mais de R$ 70 bilhões por ano e deve seguir em alta. Diante de um contexto em que redes sociais como Instagram, TikTok, YouTube e Facebook tentam ajustar seus formatos, algoritmos e dinâmicas para se enquadrarem em novos hábitos de consumo de conteúdo, para os influenciadores, é fundamental desenvolver outras fontes de receita.

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“É importante olhar além da carreira de influenciador para não criar dependência de apenas um modelo de negócio. Quando eu me dei conta que a vida financeira da minha família dependia exclusivamente do YouTube, eu tive que agir e investir para transformar um canal em uma empresa de entretenimento infantil. Estamos no mercado de cinema, licenciamento, shows, aplicativos, publicidade. Mas, para isso acontecer, foi preciso ter coragem”, diz Luccas Neto que, recentemente, vendeu uma fatia da Luccas Toon Studios para a agência e produtora Take4 Content.

Muito além da publicidade

Ana Paula Passarelli, COO e co-fundadora da agência Brunch, explica que uma significativa parte dos criadores de conteúdo consolidou seus negócios com base na publicidade em plataformas sociais. “É um modelo de negócios aquecido e deve continuar crescendo, porém as mudanças impostas pela transformação digital dos últimos anos apresentam novos cenários onde a publicidade passa a compartilhar espaço no modelo de negócio, com produtos e serviços focados na relação direta do criador com a comunidade. Além disso, o desgaste na relação ‘criadores e algoritmos’ tem criado oportunidades para a geração de conexão e relacionamento com o público de maneira proprietária, que pode começar por um banco de dados para newsletter e chegar aos NFTs”, explica.

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Estudo da Influency.me mostra a relevância dos influenciadores para as marcas. De 600 profissionais de marketing e comunicação ouvidos no Brasil, as grandes empresas são as que mais têm investido em marketing de influência. “Estamos passando por uma transição importante dos influenciadores que evoluem de prestadores de serviços publicitários para empreendedores de produtos e serviços com foco na comunidade abrindo novas frentes de negócios”, reitera Ana Paula.

Influência como negócio

Para os criadores Alexandre Simone e Lucas Galdino, responsáveis pela marca ter.a.pia, estruturar o negócio é se comprometer com o planejamento da marca para o futuro. “Não queremos desempenhar nosso trabalho dependendo completamente das plataformas digitais, queremos expandir para fora delas e isso já está em curso. As plataformas devem ser nossas parceiras como ferramentas de expansão dos objetivos que temos ao impactar nossa comunidade, bem como para atingir novas audiências. O planejamento de marca e de negócios também nos dá uma visão clara sobre o fôlego financeiro necessário para continuar a fazer a plataforma crescer”, explica Alexandre.

“Estruturar o olhar de negócio é essencial para criar uma percepção crítica para as oportunidades que surgem a partir da criação de conteúdo. É importante desenvolver projetos que mantenham a saúde da marca e dos negócios para além das redes sociais. E diversificar renda é crucial. Entendo que a minha expertise com organização financeira e planejamento é um forte asset para entender a estrutura de um plano de negócios”, explica Nath Finanças.

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“É preciso entender que é possível criar um negócio que vá muito além da sua imagem, um negócio onde a sua imagem é o apoio, sustentação, validação e não o negócio principal. Quando falamos de uma empresa onde os sócios são extremamente decisivos para o faturamento, é uma empresa que se torna centralizadora, dificilmente anda sem a presença dos mesmos, e é mais ou menos o que acontece com os influenciadores, quando o negócio principal é a imagem deles a escala é limitada”, diz Gabriel Lima, COO da Mfield.

Para Gabriel, é importante tornar-se dono de um negócio está para todos, mas não é para todos (e tá tudo bem). “Antes de montar um negócio, é preciso entender muitas variáveis, colocar a barriga no balcão, assumir riscos, e mesmo assim tem muitas chances de dar errado, faz parte do mundo empreendedor. Na minha visão, ao construir audiência, uma comunidade, uma clientela, talvez seja a parte mais complicada de um negócio e os influenciadores já têm isso ao alcance das mãos. E assim, possibilidade de aproveitar esse contato direto com o consumidor, para promover-se ou co-criar produtos que eles, sua comunidade, se identificam e dessa forma cada vez ser cada vez menos dependente apenas da sua imagem.”

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Criadores e empreendedores

“Desde que comecei a trabalhar com a internet, eu sempre tive vontade de ter algo meu, de exercer esse lado empreendedor que sempre gostei. É muito comum que nós, influenciadores digitais, façamos publicidade de outras marcas, porém, houve um momento em que eu pensei: ‘já que divulgo tantas marcas, por que não ter a minha?”. E foi assim que surgiu a ideia de criar a Versiani Swim, uma marca que conversa com o que eu apresento diariamente para o meu público. Desde então, tenho investido muito no empreendedorismo e estudado também, procuro participar de todas as etapas de produção das peças, como o marketing, e a parte que eu mais gosto de atuar é na escolha de modelos, na atividade de buscar referências para fazer as peças. Acredito que é de extrema importância para um influenciador digital, que olhe para o próprio trabalho como um negócio e uma possibilidade de mostrar outras vertentes, sendo o empreendedorismo uma delas.”, diz Gabriela Versiani.

 








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