A Itaúsa não vai renovar um programa de recompra de ações que se encerra neste mês, apesar de não o ter executado integralmente, afirmou o presidente da holding controladora do Itaú Unibanco, Alfredo Setubal, em apresentação a investidores e analistas nesta terça-feira.
Questionado várias vezes ao longo da conferência sobre quando a holding poderá elevar os pagamentos aos acionistas, Setubal afirmou que a companhia atravessa neste momento um “vale” em que está aguardando a execução dos planos de crescimento das empresas investidas antes de poder elevar os retornos.
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“No médio prazo, daqui dois, três, quatro anos, vamos ver essas empresas, que atravessam fase de crescimento, diminuindo o investimento e reduzindo dívida”, disse Setubal. “E isso vai se refletir no aumento de dividendos, não tenho dúvida”, acrescentou o executivo sem fazer projeções precisas.
Segundo ele, o nível histórico de pagamento de dividendos da Itaúsa é da ordem de 40% a 50% do resultado. Atualmente a empresa tem pago o mínimo do estatuto, 25%.
Ele explicou que, “infelizmente”, a Itaúsa perdeu oportunidade de executar integralmente o programa de recompra em momento em que o preço da ação estava mais baixo e agora, por uma questão de restrição de fluxo de caixa futuro diante de despesas financeiras por causa da alta de juros, a companhia “não tem condição de recomprar ações”.
“À medida que a taxa de juros caia e que possamos ter um fluxo de caixa mais folgado, vamos abrir, sem dúvida, um novo programa (de recompra) no médio prazo”, disse Setubal.
Segundo o executivo, a venda de ações da XP segue nos planos da companhia, sendo mais casada com a amortização de dívidas. Os recursos dessa alienação, eventualmente, poderão também ter outros usos, disse ele, citando como exemplo a aquisição recente de participação na CCR, algo que a holding espera concluir neste mês.
Questionado se a Itaúsa tem planos para novas aquisições após a entrada no capital da CCR, Setubal afirmou que Itaúsa não tem “neste momento” nenhum plano nesta frente, preferindo consolidar os investimentos realizados e desalavancar a holding.
Apesar de considerar o nível de endividamento da Itaúsa como “bastante adequado”, podendo “até ser um pouco” maior, Setubal disse que isso não é uma política de curto prazo da empresa, que prefere se manter conservadora na alavancagem.
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