Um processo aberto pela Meta, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, na 2ª Vara Empresarial de São Paulo, contra as chamadas fazenda de cliques, está repercutindo nos últimos dias. De acordo com reportagem da Folha de S.Paulo, a big tech está processando as empresas MGM Marketing Digital e Igoo Networks por esquema de venda de seguidores, curtidas e visualizações nas redes sociais. Nenhuma das duas se pronunciaram sobre o caso.
O tema ganhou ainda mais destaque após o vencedor do BBB22, Arthur Aguiar, realizar publicidade de uma empresa do gênero que foi posteriormente derrubado por violar as regras do Instagram. É a primeira vez que a Meta realiza este tipo de ação no Brasil. As fazendas de clique cresceram significativamente no país nos últimos anos pelo tamanho do mercado de influenciadores brasileiros e a popularidade das redes sociais.
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“Os réus promoveram a venda de falsos seguidores, curtidas e visualizações no Instagram e utilizaram automação não autorizada. Além disso, alguns dos serviços solicitavam as credenciais de login de usuários do Instagram”, informa a Meta no processo repercutido pela Folha. Francisco Gomes Júnior, advogado especialista em direito digital e presidente da ADDP (Associação de Defesa dos Dados Pessoais), explica o que são as fazendas de clique e quais regras elas violam.
O que são?
“As fazendas de cliques são fraudes virtuais onde se fabricam visualizações e curtidas de posts de forma artificial, ou seja, o fazendeiro contrata uma empresa que irá gerar através de perfis criados especialmente para esse fim, o número de cliques desejado”, diz Francisco.
Que regras elas violam?
Ainda de acordo com o advogado, “não existe lei específica sobre o tema, portanto, não são propriamente ilegais. A principal consequência da click farm é criar taxas artificiais de engajamento, o que acaba gerando consequências para o ambiente da rede social, pois publicidades e monetizações poderão ocorrer em perfis alimentados artificialmente.”
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O significado da ação da Meta
Sobre a ação inédita da Meta no Brasil, ele ressalta que “as empresas proprietárias das mídias sociais processam as vendedoras de clicks não somente como forma de mostrar que a prática é inaceitável e fraudadora, mas para inibir que ela se alastre. Ao mexer artificialmente em taxa de engajamento, curtidas e até em número de seguidores (que também são vendidos) tais empresas criam um perfil artificial e acabam influenciando o ecossistema da rede social.”, explica reforçando que, diferente dos bots, a click farm é mais difícil de ser capturada e as mídias sociais exigindo desenvolvimento de tecnologia da parte das redes.
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