Desde que deixou a vida de empresária para se tornar uma investidora-anjo em startups, Angélica Nkyn acertou nas escolhas e o reality show Meet the Drapers, liderado pelo megainvestidor Tim Draper é uma das provas. Na quinta temporada, a primeira a ser exibida no Brasil (estreia dia 20 de agosto na Record), há quatro startups brasileiras entre as 35 finalistas. E duas constam no portfólio da investidora. “Tim sofreu um acidente e não pôde vir pessoalmente ao Brasil, então uma pessoa da produção me pediu indicações de empresas e eu mandei uma lista de startups que acredito que irão decolar.”
A Quiron, que usa inteligência artificial para monitorar florestas, mapeamento de colheita e desmatamento, e a Mimo, de live commerce, são as duas empresas do portfólio de Angélica que estão entre as finalistas da próxima temporada de Meet the Drapers. “Fiz uma lista de indicações, entre minhas investidas e outras, para a sexta temporada também”, diz Nkyn. Sleep up, Mooney e Apptite são algumas das que poderão ser vistas na temporada 6 do reality show dos Drapers.
No reality show, startups competem para levar os prêmios de US$ 1 milhão (R$ 5 milhões), US$ 500 mil (R$ 2,5 milhões) e US$ 250 mil (R$ 1,2 milhão), respectivamente, para primeiro, segundo e terceiro lugares.
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Investimento anjo começou em 2021
Angélica começou sua jornada de investidora-anjo no final de 2019, quando vendeu a casa e as duas franquias que cuidava para ir aos Estados Unidos com o marido. Ele trabalhava em um banco norte-americano e os dois planejavam morar e estudar por lá, mas tiveram as metas frustradas pela pandemia. “Sempre investi em negócios e comecei a estudar startups para entender o que tinha a ver comigo e o que era promissor.”
Em 2020, prevendo que o fechamento de fronteiras por conta da pandemia iria durar um bom tempo, Angélica NKyn redefiniu seus planos. Procurou o Sebrae, Associação Brasileira de Startups e a Rede Mulher Empreendedora e passou a mergulhar no assunto até se tornar uma especialista. “Comecei a dar mentorias sobre modelo de negócios, gravei cursos para o Google sobre empreendedorismo, entrei para o grupo Anjos do Brasil e comecei de fato a investir.”
No último ano, NKyn investiu em mais de 10 startups, entre elas a Speedbird, de entregas com drones, que levantou R$ 35 milhões no primeiro semestre em um aporte série A com participação de um fundo norte-americano.
Interesse por tecnologia
Ir fundo em temas de seu interesse faz parte da história pessoal e profissional de Angélica. Ela nasceu em uma família com poucos recursos financeiros e, durante o ensino médio em uma escola pública, ouviu de uma professora de matemática o conselho para estudar processamento de dados. “Eu sonhava em ser analista de sistemas, mas pouca gente sabia o que era ou onde eu poderia estudar o assunto.”
Com essa ideia de futuro, mudou-se sozinha para a capital com o intuito de entrar em uma faculdade ligada a tecnologia. “Estudava e trabalhava para me manter, então não tinha muito dinheiro e o almoço muitas vezes era arroz e mortadela”, conta, sobre os tempos difíceis de universitária. O quadro mudou quando, ainda durante a graduação, começou a trabalhar para grandes empresas, como Carrefour e, em seguida, Itaú.
Depois de uma carreira de mais de 20 anos na área (seu último emprego foi como gerente sênior de projetos na consultoria Accenture), deixou a vida corporativa para dedicar-se ao spa que havia aberto e às franquias que administrava. E estava prestes a deixar tudo novamente para experimentar a vida nos Estados Unidos. O valor que seria usado na viagem hoje está sendo multiplicado em investimentos nas muitas startups em que aposta. “Eu amo tecnologia e inovação, esse universo sempre me atraiu, e me realizo buscando novas promessas e orientando essas startups.”
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