O tempo muda o tempo todo

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Vídeoconferências tomaram lugar de destaque na pandemia

Há poucos meses, no início de 2020, o Brasil vivia uma euforia no mercado de capitais, com uma corrida nunca vista anteriormente, por empresas em busca de um evento de liquidez via IPO. A fila nos bancos de investimentos era
grande.

Em março, a pandemia interrompeu este ciclo. Da noite para o dia, setores inteiros foram paralisados. Alguns mais e outro menos, mas praticamente todas as áreas da sociedade foram afetadas. O que parecia ser um ano promissor para realização de lucros e de investimentos em private equity, tornou-se um pesadelo para muitas empresas. No meio deste caos inédito para nossa geração, um oásis se firmou em meio a um deserto árido: o setor de tecnologia.

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De repente, a vídeo conferência tomou um lugar de destaque, a necessidade de rápida digitalização das empresas demandou serviços digitais de maneira brutal, empresas de acotovelaram por espações publicitários nas redes sociais e plataformas de conteúdo. Sem contar com a demanda gigantesca por cursos on-line, antes vistos com uma certa desconfiança e preconceito – a partir da pandemia, no entanto, tornou-se a primeira opção para muita gente. Tal hábito seguiu firme e forte mesmo com a volta da normalidade.

Ué, mas aquilo que vivemos em 2020 não passou a ser chamado de “novo normal”? Sim, mas mudou de novo: o novo ficou velho e agora, o que era o velho, tornou-se a última tendência. A demanda reprimida de eventos explodiu, da mesma forma que os preços dos anúncios digitais. Com isso, o oásis secou e empresas lucrativas passaram a demitir, afinal, os números passaram a não fechar…

Neste novo cenário, quem vendia só no digital, agora, assiste à diminuição de suas margens. Mudou de novo: é preciso vender também em outros canais para ser competitivo e manter suas margens.

Tudo muda o tempo todo. Neste cenário, cada vez mais incerto – com guerras e polarização política de toda ordem –, estarmos atentos a essas mudanças pode significar a diferença para sobreviver e até expandir. Definitivamente, almejar a estabilidade tornou-se utópico. Afinal, enquanto você lia este artigo, acabou de mudar tudo de novo.

Em cada mudança, as cartas são redistribuídas. Suas oportunidades se renovam. Estabilidade é bom só para quem quer garantir o que tem. Para quem quer mais da vida, todo cenário em que vivemos é um convite para novas aventuras e oportunidades. Aproveite!

Flávio Augusto da Silva é empreendedor e escritor. Dentre suas iniciativas, é CEO e fundador da WiseUp, líder no ensino de inglês para adultos, e fundador e Presidente do conselho de administração da Wiser Educação.

Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.

Artigo publicado na edição 98 da revista Forbes, de junho de 2022.

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