As comunidades rurais nos Estados Unidos têm uma taxa de mortalidade 23% maior do que os habitantes de áreas urbanas, de acordo com um estudo de 2019, em parte porque simplesmente essa população não têm acesso aos cuidados de saúde.
“As pessoas que vivem em áreas rurais contam com cerca de metade dos médicos para cuidados primários e um oitavo dos médicos de cuidados especializados”, diz a doutora Jennifer Schneider, 47 anos. Ela é a CEO e cofundadora da Homeward Health, que pretende diminuir essa deficiência ao oferecer cuidados primários e especializados nessas comunidades.
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Para esse fim, a empresa anunciou nesta semana que levantou US$ 50 milhões em financiamento da Série B, apenas quatro meses depois de levantar US$ 20 milhões da Série A. A nova rodada foi co-liderada pela ARCH Venture Partners e Human Capital, e incluiu a participação da General Catalisador. A empresa também anunciou que fez parceria com a Priority Health, um provedor de seguro de saúde de Grand Rapids, Michigan, para fornecer serviços a até 30.000 beneficiários do Medicare Advantage nos próximos três anos.
Jennifer, que já foi presidente da gigante de tecnologia em saúde Livongo, nos EUA, ressalta que, embora tenha havido uma ênfase na melhoria da saúde quando se trata de diversidade racial, um aspecto da equidade que muitas vezes é negligenciado é a geografia. De acordo com o Census Bureau, uma em cada cinco pessoas nos Estados Unidos vive no que seria considerado uma comunidade rural. Homeward, diz ela, visa fechar a lacuna de saúde para pessoas que vivem fora das áreas urbanas e suburbanas e não têm acesso a cuidados, fornecendo serviços de saúde virtuais e domiciliares.
A primeira consulta de um paciente com um médico ou enfermeiro do Homeward será em sua casa. Depois disso, os pacientes terão a oportunidade de se encontrar virtualmente. Ao fornecer atendimento domiciliar, diz Jennifer, os profissionais da Homeward podem ver como os pacientes se comportam em sua vida cotidiana, o que permite que a empresa adapte os cuidados à sua situação pessoal. Homeward poderá observar o que os pacientes comem, como se movimentam e o que fazem para relacioná-los com suas preocupações com a saúde.
É esse modelo de atendimento que atraiu a Priority Health para fazer parceria com a Homeward, diz Carrie Kincaid, vice-presidente sênior de desenvolvimento de mercado da Priority. “Ao fazer parceria com a Homeward Health, podemos levar cuidados aos membros em suas casas e em locais convenientes dentro do fluxo de suas vidas diárias”, disse ela por e-mail.
Para Jennifer, a luta da Homeward Health é pessoal: ela cresceu na zona rural de Winona, Minnesota, e sua família ainda mora lá. Jennifer acredita que a nova rodada de investimentos permitirá que a Homeward Health expanda e avance em sua missão – “decifrar o que está realmente quebrado na América rural”.
Schneider diz que parte de sua estratégia é colaborar com organizações que também estão trabalhando para fornecer assistência médica em comunidades rurais que foram atingidas pelo fechamento de hospitais e carecem de prestadores de cuidados primários e especializados.
Por exemplo, a Homeward está em parceria com a Rite-Aid Pharmacy para ter unidades móveis de saúde Homeward – que são basicamente clínicas sobre rodas – paradas nos estacionamentos de farmácias. As unidades móveis de saúde permitem que a empresa encontre as pessoas onde elas estiverem, pois os pacientes já estão familiarizados com as farmácias.
“Tenho uma verdadeira paixão por fazer algo que ajude a consertar o ecossistema de saúde [por meio] de parcerias com outras pessoas”, diz Jennifer. “Não estamos competindo com pessoas que já trabalham no mercado rural, estamos fazendo parcerias para tornar as coisas mais impactantes e eficazes.”
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