Dia da Cerveja: 8 dos rótulos mais raros do mundo

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O Dia da Cerveja é comemorado toda primeira sexta-feira de agosto

Desde 2007, toda primeira sexta-feira de agosto é oficialmente o Dia Internacional da Cerveja. São ao menos 50 países pelo mundo comemorando a data – entre eles o Brasil, o terceiro maior mercado consumidor de cerveja do mundo, segundo pesquisa com dados do Credit Suisse, da Euromonitor e da Statista. 

As mais consumidas, e portanto as mais comuns no mercado, são as cervejas claras, leves e refrescantes, explica a sommelière de cervejas Patrícia Sakakura. Mas existem rótulos que vão muito além do básico malte fermentado e inovam nos sabores, têm processos de fermentação e armazenamento mais elaborados e são produzidos em quantidades limitadas (às vezes só uma vez por ano ou a cada dois anos). Todos esses fatores também acabam refletindo no seu valor final, que pode passar dos mil reais. 

Neste Dia da Cerveja, as especialistas na bebida Bia Amorim, Kathia Zanatta e Patrícia Sakakura indicam 8 dos rótulos mais raros e especiais do mundo. Confira a seguir: 

Cozalinda – Amburana Neném

Cervejaria artesanal de Florianópolis, a Cozalinda faz seus rótulos apenas uma vez por ano. A Amburana Neném, medalha de prata na competição Brasil Beer Cup, tem fermentação mista com microrganismos locais junto a trigo, aveia e tapioca. Ela fermenta por 12 meses em barris de carvalho francês, para depois receber sementes de amburana, que ficam em contato com a cerveja por apenas uma semana. O resultado é um sabor de amburana, canela e baunilha, que se junta a uma criticidade que remete ao abacaxi. “Somente 200 litros da cerveja são produzidos por ano”, conta Kathia Zanatta. 

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Devaneio do Velhaco – Fauna

Originária de Porto Alegre, essa cerveja é fruto de uma (longa) fermentação mista com manga. Depois de fermentar primeiro em inox, ela fica em barricas ao longo de 15 meses. Depois disso, um blend de duas barricas e uma refermentação terciária sob mangas orgânicas e in natura dura dois meses. Por final, passa por uma refermentação final de sete meses.

Leopoldina – Barley Wine

Com a produção iniciada em 2016, essa cerveja passa por três anos de maturação em barricas de madeira, utilizando técnicas de envelhecimento adquiridas da vinícola Casa Valduga, já que a cervejaria pertence ao grupo. “Ela é extremamente licorosa e sem carbonatação, o que permite que a garrafa possa ser novamente fechada e a cerveja consumida em pequenas doses, fazendo uma alusão aos vinhos fortificados”, explica Kathia. Sua escala de produção é bem pequena, 2.000 litros ao ano. O preço também é para poucos: R$ 600 por 700 ml. 

Samuel Adams – Utopias

“A cerveja de mais de R$ 1.000 já foi considerada a mais alcoólica do mundo e teve sua comercialização proibida em alguns estados norte-americanos devido ao seu impressionante teor de álcool de 28%”, diz Patrícia Sakakura. Ela é fabricada a cada 2 anos e tem sua produção limitada a 8.000 garrafas. Em relação aos ingredientes, ela leva maltes tchecos e alemães, além de lúpulos das variedades Saaz, Hallertauer Mittelfrüh, Spalter e Tettnanger – além de uma levedura que é normalmente usada na fabricação de champanhe, segundo a cervejaria. 

Mas seu aspecto mais especial vem do processo de armazenamento. A cervejaria utiliza barris criados originalmente para guardar conhaque, bourbon e vinho para envelhecer o líquido. Na hora de finalizar, diversos lotes da mesma bebida, envelhecida por até 24 anos nestes barris, são misturados com outras mais novas, fazendo um blend até se alcançar o sabor desejado pelo mestre cervejeiro. A mais recente edição, de 2021, usou 86 barris diferentes. 

Schorschbräu – Schorschbock 57% 

A marca alemã é conhecida por produzir algumas das cervejas mais fortes do mundo, e essa está no topo da lista com teor alcóolico de 57%. Apesar do teor alcoólico extremamente alto, a Schorschbock ainda é uma cerveja. Cada garrafa de cerâmica foi assinada pessoalmente por seu mestre cervejeiro, Georg “Schorsch” Tscheuschner, e lacrada à mão – tudo em quantidades limitadas, por isso a dificuldade de colocar as mãos nesse rótulo. 

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Oud Beersel – Oude Geuze Barrel Selection Foeder 21

“Algumas cervejarias belgas, que produzem as chamadas Lambics, cervejas de fermentação espontânea produzidas em uma região específica do país, têm produzido edições especiais de barris únicos, que trazem características sensoriais diferenciadas e exclusivas”, conta Kathia. Um exemplo, segundo ela, é a Oud Beersel Oude Geuze Barrel Selection Foeder 21, edição limitada que ficou por quatro anos em barrica anteriormente usada para vinho branco. 

Toppling Goliath – Kentucky Brunch Brand Stout

Segundo Patrícia, se você conseguir colocar as mãos nessa cerveja, você é uma pessoa de sorte, pois é lançada apenas uma vez por ano, de 300 a 400 garrafas por vez, e apenas na cervejaria em Iowa, nos Estados Unidos. Chegando lá, você terá direito a comprar apenas uma garrafa. “Esta cerveja icônica não é apenas valorizada por seus lotes limitados, mas porque o rótulo tem sido consistentemente classificado como a melhor cerveja do mundo por diversos sites especializados”, explica a sommelier. 

Westvleteren 12

A raridade desta cerveja tem a ver com sua origem e quantidades bem limitadas. Ela é produzida desde 1838 apenas na abadia de St. Sixtus, no município de Vleteren, na Bélgica. “Dos 30 monges que cuidam do local, menos de 10 se envolvem na produção da cerveja, que é vendida em quantidade suficiente apenas para garantir o funcionamento do local e para realizar algumas obras de caridade”, diz Patrícia. Como a sua venda não tem fins lucrativos, não existe escala de produção e nem distribuição: quem quer essa cerveja precisa se deslocar de carro até lá, com dia e hora marcados. Diferente de outros estilos raros, este rótulo é vendido por apenas € 1,50.

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