O Ibovespa subiu forte hoje (4), impulsionado pela valorização de ações de empresas voltadas para o consumo doméstico, como varejo, construção e turismo. O avanço foi de 2,04%, a 105.892 pontos. O mercado repercutiu com otimismo a sinalização do Banco Central de que o fim do ciclo altista dos juros pode estar próximo.
Ontem (3), o Copom (Comitê de Política Monetária) elevou a taxa Selic em 0,50 ponto percentual e indicou que pode ter sido o último ajuste dessa magnitude. Segundo o comunicado, o comitê irá analisar a necessidade de mais um aperto monetário em setembro e, se ocorrer, será de menor magnitude.
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O movimento positivo do Ibovespa foi generalizado, com poucas empresas fechando no campo negativo. Das 90 ações listadas, apenas 13 delas terminaram o dia com queda, todas ligadas ao setor de commodities, que teve mais um dia de queda no mercado internacional.
Por aqui, os destaques da sessão ficou por conta de varejistas como Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3), que subiram 13,99% e 12,60%, além da meio varejista, meio tecnologia Méliuz (CASH3), que ficou no topo dos ganhos do Ibovespa, ao avançar 15,04%.
Outros segmentos que ganham com a queda dos juros, como as construtoras e o turismo, também subiram na casa dos 10%.
Gol (GOLL4) subiu 14,81%, Azul (AZUL4) ganhou 10,53% e CVC (CVCB3) teve alta de 9,19%. Das construtoras no Ibovespa, MRV (MRVE3) ganhou 12,73%, Cyrela (CYRE3) avançou 11,42% e Eztec (EZTC3) subiu 7,25%.
Para Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil Investimentos, apesar do segundo semestre prometer ser desafiador, agosto está começando com uma boa valorização, o que pode ajudar a Bolsa brasileira a não sofrer tanto no período eleitoral.
“O resultado do processo de aperto monetário iniciado em março de 2021 começa a surtir efeito no controle da inflação. Para boa parte do mercado, o Copom indicou o fim do ciclo de alta da Selic e uma provável reversão da curva dos juros no curto prazo”, analisa Alves.
O noticiário ajudou nessa sinalização de que a inflação pode arrefecer nos próximos meses. Isso porque a Petrobras (PETR3 e PETR4) anunciou uma redução no preço do diesel para as refinarias de 3,56% – equivalente a R$ 0,20 por litro.
Desde maio do ano passado, o preço do diesel só era reajustado para cima. Segundo a Petrobras, o reajuste acompanha as cotações no mercado internacional, que se estabilizaram num “patamar inferior”: o petróleo recuou 21% em dois meses.
Em Wall Street, o foco permanece na trajetória de alta dos juros pelo Federal Reserve (banco central norte-americano) diante da disparada da inflação, o que tem reforçado os temores de uma recessão global.
Investidores aguardam os dados do mercado de trabalho (payroll), que serão divulgados amanhã (5), para entender se a criação de empregos continua aquecida e a quantas anda o salário da população.
Em julho, a projeção do mercado apontava para a criação de 268 mil postos de trabalho. O payroll apontou 372 mil novos empregos. Para agosto, os especialistas esperam a criação de 250 mil novos empregos.
Em caso de um mercado aquecido como em julho, a postura do Fed pode ser mais agressiva no encontro de setembro, mas se a atividade dos EUA estiver em queda, as apostas do mercado podem ser em uma resposta mais branda pelo BC.
Enquanto os investidores aguardam os números, os índices em Wall Street fecharam mistos, com o Dow Jones em queda de 0,26%, a 32.727,19 pontos; o S&P estável, com queda de 0,08%, a 4.152,02 pontos; e o Nasdaq em alta de 0,41%, a 12.720,58 pontos.
Hoje foi dia do real se valorizar frente ao dólar. A moeda norte-americana fechou em queda de 1,09%, a R$ 5,2204.
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