Do Cerrado à Europa: SIM, Opea e Traive realizam primeira operação com CRAs verdes

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Wenderson Araujo_Trilux_CNA

Cultivo de lavouras de soja podem se beneficiar de juros competitivos

Foi concluída a primeira emissão em dólar de CRAs verdes (Certificados de Recebíveis do Agronegócio), registrados na Bolsa de Viena, no âmbito do RCF (Responsible Commodity Facility): um programa de financiamento de commodities responsáveis, coordenado pelas empresas SIM (Sustainable Investment Management), empresa de gestão de finanças ambientais com base em Londres e presença no Rio de Janeiro, a Opea (por meio de sua Planeta Securitizadora) e Traive, com investimento de US$ 11 milhões dos supermercados britânicos Tesco, Sainsbury’s e Waitrose. A emissão foi finalizada no dia 29 de julho e o processo foi realizado em parceria entre a SIM, Traive, OPEA e BVRio.

A iniciativa cria uma inovação financeira para o setor de agricultura sustentável. O capital levantado será utilizado para oferecer linhas de crédito com juros competitivos aos agricultores que cumpram os critérios de elegibilidade do RCF e se comprometam com o desmatamento zero, conservando suas áreas de Reserva Legal, prevenindo impactos climáticos negativos e a perda da biodiversidade.

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Denominado de “RCF Cerrado 1”, essa emissão de CRAs verdes é um programa piloto do RCF que vai direcionar o valor do investimento para produtores de soja comprometidos com o desmatamento zero no bioma Cerrado. O RCF Cerrado 1 vai prover financiamento para 36 fazendas com capacidade de produção de 75.000 toneladas de soja por ano, resultando na conservação de mais de 11 mil hectares de vegetação nativa, incluindo mais de 4.200 mil hectares de excedentes de Reserva Legal. O Cerrado é um dos biomas com maior diversidade no mundo. Por isso, a criação de um mecanismo de crédito exclusivo para produtores que não desmatam é fundamental para a proteção do bioma.

O RCF é administrado pela Sustainable Investment Management Ltd (SIM) e a emissão dos CRAs verdes foi coordenada pelas empresas Opea (por meio de sua Planeta Securitizadora) e Traive, e estruturada com a a participação da Vortex (agente fiduciário), ACE (agente registrador de lastros), Fran Capital (custodiante), TMF (agente de pagamento), e aconselhamento jurídico de Pinheiro Neto Advogados e Clifford Chance.

As atividades do programa serão verificadas independentemente pela empresa Earth Daily e reportadas a um comitê ambiental independente, composto por representantes do PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), TNC (The Nature Conservancy), WWF Brasil, CI-Brasil (Conservação Internacional), Proforest e o IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia). A BVRio, organização da sociedade civil com 10 anos de experiência em soluções financeiras para a legislação ambiental, irá secretariar este comitê ambiental, que visa monitorar o cumprimento dos Critérios de Elegibilidade e metas de desempenho ambiental do RCF.

“Incentivamos todas as empresas que assinaram o Statement of Support ao Manifesto do Cerrado (SOS Cerrado) a efetivarem esse compromisso provendo recursos para o RCF”, diz Susan Gardner, diretora da Divisão de Ecossistemas da UNEP (PNUMA). “Encorajamos mais empresas e organizações a juntarem-se a nós na oferta de financiamentos para o RCF, a fim de viabilizar sua expansão nos próximos anos”, afirma Ken Murphy, CEO do Tesco Group, multinacional varejista britânica, com negócios que vão de pequenas lojas a hipermercados.

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