O ICAagro (Índice de Confiança do Agronegócio), calculado pela Fiesp, fechou o segundo trimestre em 110,3 pontos, queda de 9,6 pontos em relação ao mesmo período do ano passado puxada por preocupações com uma desaceleração econômica, alta de juros e com o crédito rural, informou a entidade hoje (2).
O indicador também recuou 1,2 ponto comparado ao desempenho obtido nos três primeiros meses deste ano, mostraram os dados.
Ainda assim, o ICAgro permanece em um patamar otimista, por estar acima de 100 pontos — abaixo disso, o nível de confiança passa a ser considerado pessimista, de acordo com a metodologia do estudo.
O índice é composto pelos segmentos “antes da porteira”, que contempla as indústrias de insumos, “produtor agropecuário” e “depois da porteira”, que inclui a percepção do cenário econômico, por exemplo.
Dentre os segmentos mensurados, a queda mais expressiva foi identificada na categoria “produtor agropecuário”, que atingiu 106,3 pontos no segundo trimestre, vesus 121,7 pontos um ano antes.
“O aumento do pessimismo em relação ao crédito foi marcante tanto entre pecuaristas quanto entre os agricultores. No primeiro semestre, a liberação de recursos para custeio caiu 17% em relação ao mesmo período do ano passado –um aperto significativo, ainda mais quando se considera a alta dos custos de produção”, disse o estudo.
No segmento “antes da porteira”, o indicador ficou em 109,8 pontos, abaixo dos 117,1 vistos um ano antes, mas acima dos 107,7 pontos do primeiro trimestre.
“No primeiro trimestre, havia uma preocupação de que pudessem faltar fertilizantes, principalmente após o início da guerra na Ucrânia e à imposição e sanções econômicas à Rússia, além de receios em relação aos defensivos, que enfrentavam a desorganização das cadeias produtivas em importantes países produtores, como a China”, afirmou em nota o diretor do Departamento de Agronegócio da Fiesp, Roberto Betancourt.
Ele disse que este temor diminuiu à medida que o Brasil conseguiu manter as importações de adubos e ainda alcançou volumes recordes em compras no primeiro semestre.
Já para a indústria “depois da porteira”, o indicador atingiu 114,5 pontos, contra 119,1 no segundo trimestre do ano passado e 117,4 nos três primeiros meses de 2022.
“O cenário de inflação e juros em alta ameaça os indicadores de consumo, o que é preocupante em setores como o de alimentos.”
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