Dívida bruta cai a 78,2% do PIB em maio, menor patamar desde 2020

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Bruno Domingos/Reuters

O indicador seguiu em queda mesmo diante de um déficit primário registrado no mês.

A dívida bruta do Brasil caiu a 78,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em maio, contra 78,9% no mês anterior, mostram dados do Banco Central divulgados hoje (29), no menor nível desde março de 2020, quando foi decretada a pandemia de Covid-19 e o governo deu início a uma série de gastos emergenciais.

O indicador seguiu em queda mesmo diante de um déficit primário registrado no mês para o setor público e elevação do gasto com juros.

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Os dados do BC mostram que o principal fator para a queda da relação dívida/PIB está no crescimento do PIB nominal, que ganha impulso com a alta da inflação. Nos cinco primeiros meses do ano, esse fator contribuiu com uma queda de 3,5 pontos percentuais na dívida bruta. O efeito da variação cambial melhorou o dado em 0,8 ponto.

Por outro lado, a necessidade de financiamento do governo pressionou o indicador para cima em 2,3 pontos no ano.

A dívida líquida do país, por sua vez, foi a 58,8% –a projeção de analistas era de 57,9%. No mês anterior, o indicador, que computa também ativos do governo, como as reservas internacionais, estava em 58,3%.

Em relação ao gasto com juros nominais, o total do mês ficou em R$ 32,979 bilhões, acima dos R$ 21,897 bilhões no mesmo mês de 2021. Em 12 meses, o dado atingiu R$ 500,502 bilhões, equivalente a 5,51% do PIB, com o déficit nominal do setor público somando 4,19% do PIB.

De acordo com os dados do BC, o setor público consolidado brasileiro registrou um déficit primário de R$ 32,993 bilhões em maio, pior do que o esperado pelo mercado. Segundo pesquisa Reuters, a expectativa era de déficit primário de R$ 24,501 bilhões no mês.

A apresentação dos dados de maio originalmente ocorreria no fim de junho, mas as divulgações pelo BC seguem atrasadas mesmo após o fim da greve de servidores do órgão.

Por conta do atraso, os números estão defasados em relação aos indicadores do Ministério da Economia. Na quinta-feira, a pasta já informou o resultado primário de junho para o governo central, que não inclui Estados, municípios e estatais, e foi superavitário em R$ 14,4 bilhões, recorde para o mês.

SUPERÁVIT EM 12 MESES

O resultado acumulado em 12 meses alcançou um superávit de R$ 119,928 bilhões em maio, o que corresponde a 1,32% do Produto Interno Bruto (PIB). No mês anterior, o saldo acumulado estava em 1,53% do PIB.

O dado engloba as contas de governo central (Tesouro Nacional, Banco Central e INSS), Estados, municípios e empresas estatais e não inclui as despesas com juros.

O número de maio foi influenciado pelos resultados negativos do governo federal e das estatais, enquanto o dado ficou no azul para Estados e municípios, que vêm registrando ganhos de arrecadação com a retomada da atividade e o nível elevado dos preços de combustíveis.

O governo central apresentou um saldo negativo de R$ 40,018 bilhões no mês. As estatais tiveram déficit de R$ 307 milhões.

Os entes foram superavitários em R$ 7,332 bilhões. Desse montante, o saldo dos Estados ficou positivo em 5,786 bilhões de reais, enquanto os municípios ficaram no azul em R$ 1,546 bilhão.

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