O mercado de plant based tem se tornado um setor do qual as empresas de alimentos, de duas uma: ou já estão nele ou almejam entrar. Elas estão em uma corrida na qual as foodtechs já vão longe e em ritmo acelerado. Não por acaso, antigas companhias estão se reinventando por este caminho: apostar em uma foodtech. A Adeste, companhia de alimentos fundada nos anos 1970, acaba de anunciar a foodtech Uptaste para este mercado. “As discussões para a criação da startup começaram em 2021”, diz o engenheiro de alimentos, Augusto Ichisato, gerente de inovação da Adeste que responde pela foodtech.
Ichisato afirma que a foodtech nasceu porque a empresa está “acreditando no flexitarianismo”, termo criado pela nutricionista norte-americana Dawn Jackson Blatner, que nada mais é do que incluir vegetais na dieta dos carnívoros. Para a Adeste faz todo o sentido. A empresa, que tem sua origem ainda mais distante, lá em 1952, processa ingredientes, alimentos e nutrição animal, atuando na “cadeia frigorífica, transformando os resíduos em produtos de valor agregado, fazendo parte da economia circular do setor”.
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São os consumidores adeptos de dietas à base de vegetais, e mesmo carnívoros dispostos a diversificar seus pratos, que estão levando este mercado para a casa do bilhão, em dólares, no Brasil, e não deve demorar muito. Pesquisa de mercado da Euromonitor aponta um crescimento 70% em seis anos, passando de um mercado de US$ 48,8 milhões, em 2015, para US$ 82,8 milhões no ano passado.
Prato feito
A Adeste já investiu R$ 2,2 milhões para estruturar sua foodtech. Estão indo para o mercado burguer, empanados, almôndegas, carne moída e salsicha. O modelo de negócio da Uptaste foi desenvolvido para ser B2B e B2B2C, que neste caso é uma novidade para a companhia. No primeiro caso, é o que a Adeste sempre fez: vendeu seus produtos para outras empresas. Com a foodtech, ela vai para o mercado consumidor. “Como o caminho B2B2C não está no DNA da Adeste, foi importante criar a foodtech para, mesmo se apoiando na empresa mãe, ela conseguisse ter mais flexibilidade, agilidade e ainda, processos e controles diferenciados da sua criadora”, diz Ichisato.
A disposição para o risco do varejo veio da percepção de três oportunidades: o crescimento de um público que deseja participar e dividir momentos ao redor de uma boa refeição; a aplicação do conhecimento em bases proteicas de natureza vegetal e a oferta de produtos finais em um novo modelo de negócios. Há inúmeros estudos contemporâneos sobre a importância das refeições e sobre o bem-estar das relações nesses momentos, a engenharia de alimentos vêm respondendo com a melhoria dos sabores dos produtos plant based e no caso da Adeste, a criação da foodtech responde ao novo modelo de negócio. O que não deve parar por aqui, a respeito de novos investimentos.
“Para o futuro, o investimento necessário dependerá do resultado do lançamento e go to market, realizado em junho deste ano e o estabelecimento do modelo comercial com parceiros, que é o que estamos buscando no momento”, afirma Ichisato. De olho nessa expansão, não à toa, além de engenheiro de alimentos, head de negócio, entre outros, a foodtech tem gente dedicada à prospeção de novas tecnologias, como outras proteínas alternativas e processos tecnológicos que possam ser incorporados à rotina de negócios.
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