A Biotrop, que foi criada em 2018 e que atua na pesquisa e produção de insumos agrícolas naturais e biológicos, com foco na agricultura regenerativa, anunciou ontem (8), que acaba de concluir sua segunda emissão de debêntures no valor de R$ 100 milhões, através da sua controlada Total Biotecnologia. A companhia antecipou a segunda emissão de títulos verdes, totalizando R$ 200 milhões. A primeira captação ocorreu em novembro do ano passado.
As debêntures foram emitidas pela ICMA (International Capital Market Association) e o Banco Itaú BBA foi o coordenador-líder da emissão. Debêntures verdes são aquelas cujos recursos são investidos tanto em projetos com benefícios ambientais quanto sociais. Esses títulos de renda fixa são emitidos por empresas que precisam financiar um projeto, pagar uma dívida ou aumentar o capital. Para isso, elas pagam uma remuneração em troca do financiamento. “As debêntures verdes serão usadas para expandir o uso de produtos biológicos na agricultura via novas unidades fabris, pesquisa, desenvolvimento e capital operacional”, diz Adriano Zan, diretor financeiro da Biotrop, que foi fundada em 2018, tem sede em Vinhedo (SP) e fábrica em Curitiba (PR).
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Para acessar esse tipo de recurso, o tomadores devem contribuir, em seus cronogramas de investimento, com os objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU, entre eles fome zero e agricultura sustentável; trabalho decente no campo; consumo e produção sustentáveis; ação contra mudança global do clima, beneficiar a vida na água e na terra.
“Em comparação com a primeira série, tivemos uma redução no risco da empresa de aproximadamente um ponto percentual ao ano no custo total da captação, em um cenário adverso de aumento das taxas de juros no Brasil e nos EUA e com um prazo de endividamento longo, atípico para empresas de médio porte do agronegócio no Brasil”, afirma Zan.
A vantagem obtida tem contrapartidas. No caso da Biotrop, as debêntures verdes serão auditadas por uma empresa independente, que assegura o uso positivo dos recursos. O progresso será medido de acordo com cada um dos objetivos da ONU. Por exemplo, o objetivo de obter fome zero e uma agricultura sustentável será avaliada por meio da relação entre a produção e a área cultivada, expresso por quilogramas, sacas ou arrobas por hectare, a chamada produtividade.
Outros aspectos que serão mensurados passam pela diminuição da aplicação de químicos ao substituí-los por biológicos; a manutenção e aumento dos agentes polinizadores com o manejo biológico dos cultivos; a redução do uso de ureia dos fertilizantes químicos, contribuindo para a diminuição da emissão de gases causadores do efeito estufa; a redução da quantidade de fertilizantes químicos nos rios; a melhoria na biota do solo devido ao percentual de microrganismos benéficos ou redução de patógenos nas áreas cultivadas com os produtos.
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