Boa notícia: os pais estão se mexendo para resgatar as escolas. Os confinamentos da pandemia expuseram os motivos pelos quais tantas de nossas escolas estão em apuros. Os pais ficaram chocados com o que estava e não estava nos currículos, com destaque para a ausência de cursos que dessem às crianças uma visão geral objetiva da história do país e de seu sistema de governo, o que costumava ser chamado de “educação cívica”.
Espantosamente, os imigrantes que se candidatam à cidadania norte-americana estão aprendendo mais sobre nossa história e nosso governo do que nossas crianças em idade escolar. Os pais perceberam que precisam ter mais influência na administração das escolas e no que é ensinado a seus filhos. Também ficaram estarrecidos com o fato de os sindicatos manterem as escolas fechadas, sendo que não havia justificativa científica para tal. Tudo isso deu ao movimento de escolha de escola um forte impulso que, em última análise, promete colocar o sistema educacional de novo nos trilhos.
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Não há desculpa para os jovens norte-americanos obterem notas tão baixas em testes de leitura e matemática em comparação com os de outros países. Muitos que mal estão alfabetizados são aprovados nas séries mais baixas e promovidos ao ensino médio.
Apesar de sucessos locais em estados como Flórida e Arizona e cidades como Milwaukee, o progresso tem sido desanimadoramente frustrado por poderosos sindicatos de professores que resistem ferozmente a qualquer contestação de seu monopólio. Em grande medida, eles vêm limitando muito o número permitido de escolas autônomas, que podem operar livre das garras dos sindicatos. Não é de admirar. Os alunos das escolas autônomas e outras escolas não governamentais costumam se sair melhor do que os das escolas públicas.
Porém, no ano passado, a barragem começou a romper; 19 estados criaram ou ampliaram opções de escolha de escola. Este ano, mais de 20 estados já o fizeram ou estão em processo de aprovação de uma importante legislação pró-escolha de escola. Na mesma linha, dobrou o número de famílias que optam pelo ensino domiciliar.
Também digno de nota é o clamor crescente para que o dinheiro escolar siga as crianças, e não a escola, na forma de contas de poupança educacionais (ESAs, na sigla em inglês). O dinheiro é depositado nessas contas para ser usado para vários fins educacionais, inclusive mensalidades de escolas particulares. Em 2021, o número de estados que contavam com diversas formas de ESAs passou de cinco para oito.
A Virgínia Ocidental está liderando essa iniciativa. Até 2026, as ESAs poderão estar disponíveis para todos os alunos. Nova Hampshire aprovou seu ambicioso programa de ESAs, intitulado Conta da Liberdade Educacional.
A legislatura de Ohio começou a fazer audiências sobre uma legislação que permita a escolha de escola em todo o estado. A governadora de Iowa, Kim Reynolds, também está promovendo uma ambiciosa legislação de escolha de escola.
Obviamente, a resistência a esses planos por parte dos sindicatos de professores é feroz. A pedido dos sindicatos, o governador republicano de Utah está obstruindo um projeto de lei referente à escolha de escola.
Isso nos leva a uma verdade inconveniente: os sindicatos de professores não se ocupam da educação das crianças, mas sim do inchaço da máquina administrativa, o que significa mais contribuintes. Um estudo constatou que, entre 1992 e 2014, os gastos escolares reais corrigidos pela inflação aumentaram 27%, enquanto o salário real dos professores caiu 2%.
Steve Forbes é presidente e editor-chefe da Forbes norte-americana. Escreve editoriais para todas as edições da versão impressa da Forbes, com reprodução na edição brasileira da revista, com o mote “Fato e Comentário”. Amplamente respeitado por seus prognósticos econômicos, ele é o único escritor a ganhar o prestigioso prêmio Crystal Owl Award quatro vezes.
Artigo publicado na edição 97 da revista Forbes, em junho de 2022.
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