É difícil ganhar dinheiro cultivando maçãs – a concorrência global reduziu os preços para apenas 25 centavos de dólar por libra (cerca de 450 gramas) e pragas inesperadas, mau tempo ou escassez de mão de obra podem levar a consequências graves. É por isso que Eddie Brennan, da Beak and Skiff Orchards, perto de Syracuse, em Nova York, correu para pegar uma licença de cultivo de cannabis de um acre (menos de meio hectare) no estado, quando elas se tornaram disponíveis. A cannabis chegará a US$ 500 por libra (R$ 2.600), ele estima, que é duas mil vezes a receita de uma libra de maçãs.
Para diversificar os negócios da família ao longo dos anos e gerar renda fora da colheita do outono, o pomar ganhou uma sala de degustação, um negócio de colheita de maçãs por turistas, uma destilaria de cidra e uma série de concertos de verão. A cannabis pode finalmente ser a peça do quebra-cabeça, disse Brennan, para que a fazenda da família chegue à 6ª geração.
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A empresa de Brennan se juntará a um mercado em rápido crescimento. De acordo com o 2022 MJBiz Factbook, as vendas de cannabis no varejo nos EUA devem ultrapassar US$ 33 bilhões (R$ 173 bilhões) até o final deste ano. A Beak and Skiff foi fundada em 1911 e agora é administrada por bisnetos dos fundadores, que cuidam e colhem um pomar com 300.000 árvores. A empresa está usando sua experiência na fabricação de sidra para construir uma instalação de 1.400 metros quadrados dedicada às bebidas com THC. Entrar no negócio rapidamente dá à empresa “uma vantagem pioneira”, em cannabis legal, disse Brennan.
A indústria nascente de bebidas com THC
A empresa deve enfrentar “ventos contrários e favoráveis” no negócio de bebidas de cannabis, disse Mitch Baruchowitz, cofundador e sócio-gerente da investidora do setor Merida Capital Holdings. “Existe um modelo de sucesso” ajudando a impulsionar a categoria, disse, porque “as pessoas já usam as bebidas como lubrificante social”. Além disso, as bebidas têm uma vantagem sobre o formato popular de flor fumável, disse Baruchowitz. “As bebidas podem ser dosadas com precisão”, para que os consumidores saibam exatamente quanto THC, o ingrediente psicoativo da maconha, estão ingerindo, disse ele.
Ainda assim, existem desafios, acrescentou Baruchowitz. As regras para se ter um salão de consumo não foram estabelecidas, portanto, não há local público para beber socialmente, e os dispensários podem não ter refrigeradores, portanto, é necessário criar uma infraestrutura de varejo para vender bebidas geladas.
Uma peça separada
Em 2021, o estado de Nova York legalizou a cannabis e em maio deste ano a fazenda de Brennan foi uma dos 100 produtores a receber uma licença para cultivar cannabis. A família optou por incorporar como Gen 5 Labs e Gen 5 Grow, separando seus empreendimentos de cannabis do negócio de maçãs. A cultura também está sendo cultivada em uma propriedade separada. “Não queremos ter problemas federais misturando os dois negócios”, disse Brennan, porque a cannabis é ilegal em nível federal.
A cannabis cresce rapidamente, amadurecendo para uma flor que pode ser colhida em oito semanas. Brennan disse que a empresa colocou sua primeira safra no solo durante a primeira semana de junho, então pode haver uma chance de obter duas safras na mesma área este ano. Ele espera obter 1.500 quilos de cannabis, ou mais, por ciclo de cultivo.
Brennan está cultivando cannabis “de grau de extração”. Isso significa que ela contém os níveis mais altos possíveis de THC, que por sua vez pode ser usado na fabricação de alimentos e bebidas. Produzir a flor de cannabis no formato que seca para as pessoas fumarem “é mais desafiador” na alta umidade do verão nordestino, disse Brennan.
Mercado ainda em construção
O estado de Nova York pretende abrir suas primeiras lojas de varejo até o final de 2022, mas “nem todas as peças do quebra-cabeça estão no lugar”, disse Brennan e os regulamentos precisam ser criados. Por exemplo, ele disse que os regulamentos de embalagem não foram definidos e, idealmente, “precisamos obter materiais nas próximas semanas, mas não podemos”, até que as regras finais sejam publicadas.
*Julie Weed é colaboradora da Forbes EUA e autora do do best-seller All I Really Need to Know in Business I Learned at Microsoft. Também escreve para o The New York Times, Inc., Entrepreneur e Fast Company, entre outras.
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