Ações dos EUA têm pior desempenho para um 1º semestre desde 1970

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O mercado de ações encerrou seu pior primeiro semestre em mais de 50 anos.

As ações das bolsas norte-americanas caíram ontem (30) e encerraram seu pior 1º semestre desde pelo menos 1970. O S&P 500 permaneceu em território de baixa, com os investidores continuando a vender ações em meio a crescentes temores de recessão provocados pelo aumento da inflação e aumentos de taxas de juros pelo Federal Reserve (banco central dos EUA).

Os papéis fecharam em baixa: o Dow Jones Industrial Average caiu 0,8%, mais de 200 pontos, enquanto o S&P 500 perdeu 0,8% e o Nasdaq Composite, de alta tecnologia, 1,3%.

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Com o 2º trimestre se encerrando, as ações registraram seu pior período de três meses desde o 1º trimestre de 2020, quando as medidas de combate à pandemia de Covid levaram a economia dos EUA a uma breve recessão.

O mercado de ações também encerrou seu pior primeiro semestre em mais de 50 anos. O cenário foi agravado pelo aumento da inflação, as altas das taxas de juros do Federal Reserve e a guerra na Ucrânia, que alimentaram os temores de recessão.

O S&P 500 já caiu cerca de 21% no acumulado de 2022. A última vez que o mercado de ações viu quedas da mesma magnitude nos primeiros seis meses foi em 1970 – mas as ações reverteram as perdas no final daquele ano e ganharam 26,5% nos seis meses seguintes.

A turbulência do mercado em 2022 foi generalizada: o preço das criptomoedas, incluindo o bitcoin, caiu mais de 50%, enquanto as ações de companhias big tech como Alphabet, Apple, Meta (ex-Facebook) e Netflix, perderam um quinto em valor – se não mais, em alguns casos.

Apesar da ampla venda este ano, ações de energia como a Occidental Petroleum (100% de alta) tiveram um desempenho notavelmente superior, juntamente com alguns nomes de saúde e de consumo, como a gigante farmacêutica Bristol-Myers Squibb e a cervejaria Molson Coors (ambas com valorização de cerca de 20%).

“Um esforço global do Federal Reserve para combater a inflação está gerando crescentes temores de recessão que deram a Wall Street a pior metade do ano desde 1970”, diz Edward Moya, analista de mercado sênior da Oanda. “A volatilidade do último dia de negociação do trimestre é especialmente louca porque muitos investidores estão reequilibrando seus portfólios com ações defensivas.”

Os papéis de empresas de cruzeiros estavam entre as maiores quedas ontem, um dia após o Morgan Stanley alertar sobre a fraca demanda e o aumento dos custos no setor. As ações de Carnival, Royal Caribbean e Norwegian Cruise Line perderam 2% ou mais no pregão. Os papéis de varejistas também foram duramente atingidos após um terrível alerta de lucro da empresa de móveis RH.

O mercado de ações levou apenas 161 dias para cair de seu pico em janeiro para um limite de declínio de 20% em junho – bem abaixo do tempo médio de 245 dias em mercados de baixa anteriores, de acordo com dados da CFRA Research. Alguns especialistas dizem que isso pode ser uma “boa notícia” para os mercados, já que uma descida mais rápida em um mercado de baixa geralmente tende a significar quedas mais “rasas” seguidas de uma eventual recuperação.

Os investidores tiveram que “refazer as avaliações” devido aos riscos geopolíticos, de inflação e de política monetária, além do medo crescente de uma recessão iminente, diz John Lynch, diretor de investimentos da Comerica Wealth Management. “Depois de uma marcha persistente para novos recordes no ano passado, as ações sofreram graves danos técnicos que levarão tempo para serem reparados.”

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