Bilionário perde US$ 100 milhões investindo na Bed Bath & Beyond

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Foto: Jamel Toppin/Forbes EUA

Ryan Cohen investiu parte da sua fortuna em empresas com o desempenho ruim e perdeu milhões.

Ryan Cohen, o bilionário fundador da Chewy – varejista online do mercado pet nos EUA –, fez grandes investimentos em empresas como GameStop e Bed Bath & Beyond, e tem apostado alto em reviravoltas nos negócios de companhias com desempenhos fracos. Ele ainda espera uma no caso da Bed Bath & Beyond.

O preço das ações da varejista de produtos para casa caiu drasticamente ontem (29) após a empresa informar uma queda de 25% nas vendas do segundo trimestre, ampliando as perdas do primeiro. Para completar as más notícias, a Bed Bath & Beyond também anunciou a saída de seu CEO, Mark Tritton.

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As ações caíram 23,58% no pregão e já acumulam 66% de perdas este ano, contra 20% do S&P 500 e 29% do Nasdaq.

A queda dos papéis foi um golpe para Cohen, que detém quase 10% da empresa e é um dos seus cinco maiores acionistas. Sua participação agora vale US$ 100 milhões (R$ 520 milhões) a menos do que quando ele anunciou a posição, há quatro meses. Ele desembolsou cerca de US$ 150 milhões (R$ 780 milhões) pelos papéis, que hoje valem US$ 50 milhões (R$ 260 milhões).

Esse dinheiro compõe uma pequena parte de sua fortuna, que a Forbes estima em US$ 2,2 bilhões (R$ 11,43 bilhões) no total. Cerca de metade desse montante vem de sua participação na GameStop, outra empresa que viu suas ações caírem quase 20% neste ano – mas os papéis tiveram uma valorização significativa desde quando Cohen os comprou.

Montanha-russa

A Bed Bath & Beyond é o alvo mais recente da recém-descoberta carreira de Cohen como investidor ativista. Em uma carta aberta à varejista no início deste ano, ele criticou a empresa por pagar remunerações altas demais aos executivos em um momento de queda nas vendas, encolhimento de market-share e baixa dos preços das ações. Segundo ele, a “estratégia dispersa não está freando a montanha-russa” na qual a empresa está desde antes da pandemia.

O bilionário mirou particularmente a remuneração do CEO Mark Tritton. Tritton ganhou US$ 36 milhões (R$ 187,05 milhões) nos últimos três anos, incluindo um bônus baseado em desempenho e prêmios em ações, mesmo quando as vendas caíram dois dígitos. Isso é mais do que CEOs de varejistas muito maiores, argumentou Cohen.

Tritton, que era o diretor de merchandising da Target antes de ingressar na Bed Bath & Beyond no final de 2019, receberá mais alguns milhões em indenização por causa de sua saída.

Cohen também pressionou a empresa a melhorar o desempenho, a concentrar sua estratégia e a explorar a venda de sua rede Buybuy Baby. Em março, a Bed Bath & Beyond concordou em adicionar três diretores ao conselho.

Tritton tentou realizar uma grande reviravolta nos negócios que incluiu esforços para reduzir o número esmagador de itens amontoados nos estoques das lojas e introduzir mais marcas de fabricação própria, que têm margens mais altas. O CEO remodelou centenas de lojas e reduziu as promoções – embora nunca tenha se livrado daqueles icônicos cupons de 20% de desconto.

Mas seu plano de recuperação colidiu com um colapso na cadeia de suprimentos global, provocando uma cascata de atrasos e falta de estoque que, por sua vez, frustrou os clientes e reduziu as vendas.

“Parece que tentar executar dezenas de iniciativas ao mesmo tempo está levando a dezenas de resultados medíocres”, escreveu Cohen em sua carta de março.

No último trimestre, a receita da Bed Bath & Beyond caiu 25%, para US$ 1,4 bilhão (R$ 7,3 bilhões). As perdas líquidas aumentaram para US$ 358 milhões (R$ 1,86 bilhão), em comparação com uma perda de US$ 51 milhões (R$ 265 milhões) no mesmo período do ano passado.

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