Apenas 20 das 86 ações de companhias que estrearam na B3 desde 2017 apresentam retorno positivo, mostrou um relatório elaborado pela Guide Investimentos. O estudo, que analisou o desempenho dos papéis até o dia 20 de junho, verificou que anos com muitas ofertas costumam gerar resultados piores no futuro, embora esses IPOs ocorram em momentos de otimismo no mercado.
Entre as ações mais desvalorizadas estão Enjoei (ENJU3), EspaçoLaser (ESPA3) e Mobly (MBLY3), que recuaram aproximadamente 70%. De acordo com o levantamento, a sobrevalorização dessas ações na estreia e a performance operacional abaixo do esperado no primeiro trimestre foram as principais razões para o fraco desempenho.
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Os anos que apresentaram a maior quantidade de ofertas foram 2020 e 2021, com 27 e 42 IPOs, respectivamente. O movimento foi impulsionado pela alta das bolsas mundiais, que reagiram positivamente à baixa dos juros e à injeção de dinheiro nas economias durante a pandemia. A performance média dos IPOs, contudo, foi de aproximadamente -26%.
O único ano que viu um desempenho positivo dos IPOs foi 2018, quando ocorreram três ofertas. Segundo o estudo, esse foi um período particularmente desafiador para a Bolsa de Valores brasileira, com a greve dos caminhoneiros e as eleições deixando uma janela curta para ofertas.
Por outro lado, Vamos (VAMO3), 3R Petroleum (RRRP3) e Intelbras (INTB3) estão entre as empresas que apresentaram o melhor desempenho desde as suas estreias na B3, com avanços de 71%, 54% e 50%, respectivamente.
“O que chama atenção é que boa parte dos destaques positivos são de empresas de setores novos ou pequenos na B3”, diz o estudo. “[Isso por ser explicado pela] vantagem competitiva setorial que a empresa acaba criando quando passa a ser negociada em Bolsa, e também pela dificuldade de comparabilidade entre seus pares de capital fechado.”
Diante da incerteza que paira sobre as estreantes, a Guide Investimentos cita as ações que os seus analistas consideram mais promissoras: CBA (CBAV3), Movida (MOVI3), Intelbras (INTB3), 3R Petroleum (RRRP3), Vibra (VBBR3), Rede D’Or (RDOR3), Locaweb (LWSA3), Vittia (VITT3), Boa Safra (SOJA3), Neoenergia (NEOE3), Grupo Soma (SOMA3) e Petz (PETZ3).
O post Apenas 23% das ações que estrearam na Bolsa desde 2017 se valorizaram apareceu primeiro em Forbes Brasil.