Em outubro de 2017, Ginger Bowman comprou uma empresa de impressão comercial. Nos cinco anos seguintes, ela superou três desafios significativos sendo flexível e dinâmica. Algumas pessoas na indústria achavam que ela falharia. Mas, às vezes, é preciso que alguém de fora do setor pense fora da caixa para ver onde estão as oportunidades.
A indústria gráfica é dominada por homens. A princípio, ninguém levou Bowman a sério. Muitos nessa indústria tiveram seus negócios passados por seus pais.
Sua formação foi na indústria cinematográfica, como diretora técnica. Ela ocupou cargos de liderança em filmes indicados e vencedores do Oscar. Quando ela teve filhos, percebeu que as longas horas na indústria do cinema não eram compatíveis com o tipo de mãe que queria ser. Ela começou a dar aulas na SCAD (Savannah College of Art and Design), que tem programas no cinema e na televisão.
“Eu senti que tinha muitas das minhas qualidades e habilidades não eram utilizadas como professora”, diz Bowman. Ela pretendia modernizar um negócio de impressão comercial combinando serviços de marketing e impressão. Não era uma profissional de marketing, mas tinha confiança em sua capacidade de aprender. Afinal, ela não estudou animação, mas aprendeu no trabalho e se tornou diretora técnica sênior de filmes importantes. “Eu queria mais controle sobre o meu futuro financeiro”, diz. Ela escolheu comprar um negócio em vez de começar do zero.
Antes de comprar a empresa, o negócio mudou de mão várias vezes, e seu modelo de negócios também. Começou como franqueado, com sede em Atlanta. “O negócio atendia às pessoas que entravam e precisavam de algo impresso rapidamente”, diz.
Quando a empresa mudou de mãos novamente, transformou seu modelo de negócios para impressão comercial em vez de serviços de atendimento presencial e mudou seu nome para Southprint.
Leia também: Executivas dão dicas de carreira para as mulheres em 2022
Vantagens e desvantagens de comprar uma empresa
Bowman agora é dona da empresa, que foi renomeada para Synergetic Media. Sob sua liderança, o modelo de negócios mudou mais uma vez.
As vantagens de comprar um negócio é que o difícil trabalho de levantar a empresa já foi feito. Você tem fluxo de caixa imediato de clientes já existentes. A empresa tem um histórico financeiro, facilitando a obtenção de um empréstimo. Os funcionários e gerentes têm experiência no negócio. Bowman hipotecou sua casa para obter um empréstimo de US$ 500 mil (R$ 2,5 milhões) para comprar a empresa e investiu US$ 200 mil (R$ 1 milhão) de seu próprio dinheiro.
Uma das desvantagens de comprar um negócio é que você pode não conhecer os pontos fracos da empresa antes de comprá-la. Mal sabia ela que 70% dos negócios da Southprint vinham de apenas três clientes.
Um desses clientes, a Whole Foods, respondia por cerca de um terço das receitas. Quando a Amazon adquiriu a Whole Foods, mudou sua forma de comprar impressos. Embora Bowman tenha mantido a Whole Foods como cliente, hoje é um cliente muito menor. Os outros dois grandes clientes começaram a terceirizar suas necessidades de impressão.
As vendas caíram 50% no primeiro ano. Lição aprendida: quando uma empresa depende de um pequeno grupo de clientes, sua receita é muito vulnerável. “Recentemente, pensei em adquirir outra pequena empresa de impressão”, diz Bowman. Antes de tomar a decisão, ela pediu ao empresário para ver a receita por cliente e analisar se apenas alguns clientes eram responsáveis pela maior parte das vendas. As receitas de fato estavam concentradas em poucos clientes e ela se afastou do negócio.
Tratar cada cliente como número 1
Bowman começou a trabalhar na reconstrução da lista de clientes da Synergetic Media. Por menor que fosse, cada cliente era tratado como se fosse o número um da empresa. Pequenos clientes cresceram em tamanho e novos clientes foram conquistados.
Como ela conhecia o audiovisual, adicionou serviços de vídeo ao seu negócio. Ninguém entendeu por que uma empresa de impressão ofereceria esse tipo de serviço.
Ainda assim, o negócio pegou. Então, as restrições por conta da Covid-19 começaram. Colegas compartilharam com Bowman que suas receitas haviam caído em dois terços. Embora ela se sentisse bem por sua empresa estar se saindo melhor do que a concorrência, sua receita ainda havia caído em um terço.
Bowman diz que seu desempenho acima da média durante a pandemia se deve à agilidade que aprendeu a ter quando seus três principais clientes reduziram drasticamente os gastos durante seu primeiro ano de negócios.
Enquanto outros cortavam os gastos, Bowman investia em sua empresa. Ela treinou a equipe na construção de sites e SEO para expandir os serviços. De repente, os clientes entenderam por que todos esses serviços, incluindo vídeo e impressão, estavam sob o mesmo teto.
Bowman conseguiu comprar equipamento barato quando outra impressora faliu. Ela agora pode produzir para o mercado de sinalização, com placas, outdoors e propagandas, que é onde está o dinheiro.
Era hora de dar um novo nome que refletisse o que a empresa havia se tornado. Bowman a chamou de Synergetic Media. O rebranding aproveita as habilidades cinematográficas da empresária na criação de conteúdo, desperta emoções e cria conexões significativas.
A Synergetic aumentou em quase três vezes o seu espaço, acabou de ganhar um novo cliente grande e vários outros menores. Os negócios estão de volta aos níveis pré-pandemia e a caminho de superar os níveis de vendas da empresa que ela comprou em 2017.
Quais desafios de negócios você superou?
>> Inscreva-se ou indique alguém para a seleção Under 30 de 2022
O post As lições desta empreendedora para crescer durante a pandemia apareceu primeiro em Forbes Brasil.