Ibovespa abre em queda de 1,36%, aos 98 mil pontos

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O Ibovespa sinaliza mais um dia de queda hoje (22), com recuo de 1,36% na abertura do mercado, aos 98.338 pontos. A crise na Petrobras (PETR3 e PETR4) continua no radar dos investidores, que hoje também olham para o discurso do presidente do Federal Reserve (banco central dos EUA) sobre a política monetária no país.

A PEC (Proposta de Emenda à Constituição) dos Combustíveis volta ao radar hoje, com a proposta de compensar os estados que aceitarem zerar o ICMS do diesel e do gás. O governo também solicitou a inclusão de uma proposta de voucher para os caminhoneiros e o aumento no valor do vale-gás.

Em paralelo, as discussões sobre a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a gestão da Petrobras continuam, assim como a ideia de criar um imposto para tarifar exportações e subsidiar os combustíveis.

Tudo isso derruba as ações da petroleira, que tem um dos maiores pesos na composição do Ibovespa — 11,37% somando as ações ON e PN.

Também deve impactar o preço dos papéis a queda da cotação do petróleo no mercado internacional. Nesta manhã, o barril Brent caía 4,16%, a US$ 109,88, enquanto o barril WTI perdia 4,67%, a US$ 104,41.

Empresas de energia devem movimentar o Ibovespa nesta quarta, com a decisão da Aneel (a agência reguladora do setor de energia) na noite de ontem (21). A Agência autorizou reajustes nas bandeiras tarifárias da conta de luz.

A bandeira vermelha 1 será reajustada em 63,7% e a bandeira amarela em 59,5%. Atualmente, depois do ponto mais crítico da crise hídrica de 2021, as contas estão sob bandeira verde. No ano passado, as bandeiras tarifárias foram um dos componentes que agravaram as altas inflacionárias mensais.

Cenário internacional

Após uma recuperação ontem, as bolsas internacionais viraram para o sinal negativo com os temores em volta de uma recessão global. Às 10h00 (horário de Brasília), os futuros de Nova York apresentavam queda de 1,40%, o Dow Jones, 1,51%, o S&P e 1,55%, o Nasdaq.

Investidores aguardam o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, ao Senado americano. Powell explicará aos congressistas suas ações à frente do banco central, com detalhes sobre o aumento dos juros e como está a situação econômica dos EUA.

Na semana passada, o BC dos EUA elevou os juros em 0,75 pontos-base, o maior aumento desde 1994. A medida tenta conter o avanço da inflação que atingiu sua máxima em 40 anos, ao bater em 8,6% o acumulado de 12 meses.

Na Europa, a situação é similar. Os preços ao consumidor do Reino Unido chegaram a 9,1% em maio, uma nova máxima em 40 anos. Segundo o BCE (Banco Central Europeu), os riscos de uma forte desaceleração são grandes, mas os especialistas não esperam uma estagflação (desaceleração acompanhada de alta inflação) como a que aconteceu nos anos 1970.

Por volta das 9h50 (horário de Brasília) a Bolsa de Londres caía 1,37%, a Bolsa da Alemanha perdia 2,10%, na Itália, a queda do CAC 40 era de 1,87% e o índice europeu Stoxx 600 recuava 1,57%.

As Bolsas asiáticas fecharam com sinal negativo. O clima extremo em algumas partes do país ampliou a incerteza quanto à recuperação econômica dos choques da Covid-19. Ondas de calor no norte e no centro da China impulsionaram a demanda por eletricidade para níveis recordes, enquanto as enchentes no sul deixaram moradores das cidades ilhados.

Na China, o Xangai perdeu 1,20% e o Shenzhen caiu 1,28%. Em Hong Kong, o Hang Seng teve queda de 2,56% e, em Seul, o Kospi perdeu 2,74%. Em Taiwan, o Taiex recuou 2,42% e, em Tóquio, o Nikkei teve baixa de 0,37%.

O dólar registra alta hoje pela manhã, de 0,32% às 10h10 (horário de Brasília), sendo negociado a R$ 5,1704 na venda.

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