A marca Daslu, pioneira em varejo de luxo no Brasil, foi arrematada por R$ 10 milhões no leilão judicial que se encerrou hoje (7). O valor inicial havia sido estipulado em R$ 1,4 milhão.
O comprador, cujo nome ainda não foi divulgado, terá o domínio de mais de 50 marcas relacionadas a Daslu, entre elas a Villa Daslu e a Daslu Casa. O valor da compra será destinado ao pagamento das dívidas que a varejista deixou após sua falência decretada em 2016.
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Realizado pela casa de leilões Sodré Santoro, o leilão surpreendeu ao receber uma oferta quase dez vezes maior nos últimos minutos do evento online.
História da empresa
A Daslu foi criada por Lucia Piva de Albuquerque e Lourdes Aranha na década de 1960 e ganhou os holofotes a partir de 1990, sob o comando de Eliana Tranchesi, filha de Lucia. A rede foi a primeira varejista a trazer grandes grifes internacionais para o mercado brasileiro em uma época em que os produtos ainda eram de difícil acesso aos consumidores.
O primeiro casarão da Daslu ficava na Vila Nova Conceição, um dos bairros com metro quadrado mais caros de São Paulo. O negócio deu certo por mais de uma década. Em 2004, no auge da fama, entre 75% e 80% das pessoas que visitavam a loja não iam embora sem fazer uma compra, de acordo com um levantamento da Folha de S.Paulo realizado à época.
Ainda de acordo com as estimativas da Folha, o faturamento da empresa chegou a atingir mais de R$ 400 milhões no período.
Para expandir o negócio, a Daslu se mudou para uma nova unidade localizada na Marginal Pinheiros, onde hoje está o shopping JK Iguatemi. Na época, o investimento foi de R$ 200 milhões pelo terreno de mais de 60 mil metros quadrados. A empresa chegou a ter mais de mil funcionários.
Pouco tempo após a inauguração da nova unidade, chamada de Villa Daslu, a empresa passou por inspeções da Polícia Federal, que investigava denúncias de sonegação fiscal.
Tranchesi foi detida e indiciada pelo crime, além de ter sido processada por formação de quadrilha, falsificação de documentos e fraude em importações.
A empresária cumpriu a maior parte de sua pena em liberdade e continuou a atuar na marca, mesmo depois da venda para o Laep Investiments, do empresário Marcus Elias, que também controlava a Parmalat. A operação, concluída em 2011, movimentou R$ 65 milhões. Nessa época, a Daslu abriu sua primeira lo
A estratégia para reerguer a rede previa mais lojas em shoppings, com menos glamour e mais confecções próprias – a primeira delas ficava no Cidade Jardim, na capital paulista. Tranchesi fez parte do processo até 2012, quando morreu em decorrência de um câncer no pulmão. Quatro anos mais tarde, a empresa teve sua falência decretada pela justiça brasileira.
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