5 dicas de networking para mulheres por quem entende do assunto

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Luis Alvarez/Getty Images

Para a apresentadora Ana Paula Padrão, o networking entre mulheres é importante para que umas possam dar visibilidade às outras

Construir uma rede de contatos e de apoio profissional é um trabalho de longo prazo que, muitas vezes, as mulheres não conseguem desenvolver por conta das exigências da vida familiar, a chamada terceira jornada. “As mulheres são muito mais atarefadas, elas são responsáveis por grande parte da economia do cuidado, com os filhos, família, idosos e doentes, e isso acaba contribuindo para que elas tenham menos tempo para se dedicar ao networking”, diz Ana Fontes, fundadora da Rede Mulher Empreendedora, organização de apoio a empreendedoras. 

Nos Estados Unidos, as mulheres têm 28% menos probabilidade de ter uma rede forte de contatos do que os homens, segundo dados do LinkedIn. “Os desafios do networking para as mulheres estão muito ligados à construção social de uma sociedade extremamente machista”, afirma a empreendedora social. 

Uma rede fraca significa menos oportunidades. Uma pesquisa divulgada no blog do LinkedIn mostra que mais de 70% dos profissionais são contratados em empresas onde eles já têm uma conexão. E pessoas que aplicam a uma vaga e são indicadas por um funcionário atual da empresa têm nove vezes mais chance de serem contratadas. 

Ter uma rede importa, e muito. Afinal, bons relacionamentos trazem bons negócios. “Passou o tempo de as mulheres ficarem retraídas no ambiente de trabalho e tímidas com relação à própria carreira e a promoções. O networking com outras mulheres é importante justamente para que umas possam dar visibilidade às outras. Às vezes, a gente acha solução ou coragem na voz da outra”, diz a apresentadora e empreendedora Ana Paula Padrão

Conversamos com mulheres que têm grupos de networking e são referência no assunto e deixamos aqui as 5 dicas mais importantes para você começar a construir hoje mesmo a rede que vai impulsionar sua carreira e te levar para onde você quiser ir. 

Angela Alves: Comece pelo mais acessível

“Retome contatos com amigos da escola e faculdade, se conecte em redes sociais, em especial o LinkedIn, com pessoas que falam de assuntos que você tem interesse. Faça o acompanhamento de seus contatos, pode ser em uma planilha simples ou caderno mesmo, e converse periodicamente com suas novas conexões. São dicas aparentemente simples, mas eficazes quando o assunto é construção de relacionamentos duradouros.”

Angela Alves é presidente da organização de networking de negócios BNI (Business Network International)

Dani Junco: Saiba qual é a sua turma

“A gente precisa entender com que tipo de turma a gente vai se conectar, em que fase a gente está na nossa carreira e na nossa vida pessoal. Faça uma lista das conexões que você gostaria de fazer e onde elas estão, veja quais grupos conversam sobre isso. Muitas iniciativas já existem, então o primeiro movimento é se conectar a elas. O importante não é ter um celular com um monte de telefones, e sim ter um celular que quando você liga, alguém te atende.”

Dani Junco é cofundadora e CEO da aceleradora de negócios de tecnologia liderados por mães B2Mamy. Ela também indica o livro “Dar e receber”, do pesquisador e professor da Wharton School Adam Grant. 

 Ana Fontes: Organize seu tempo 

“A dica que eu dou tem a ver com a gestão do tempo. As mulheres precisam delegar tarefas mais operacionais ou que não precisam necessariamente da dedicação delas para conseguir um pouco mais de tempo para se dedicar às relações e ao networking. Nutrir relações demanda tempo, mas é uma atividade absolutamente fundamental, especialmente para a construção de carreira e de negócios. Use a tecnologia a seu favor, organize bem o seu dia e suas atividades, e não deixe as pessoas falando sozinhas, sempre dê um retorno a elas.” 

Ana Fontes é fundadora da  plataforma de apoio ao empreendedorismo feminino Rede Mulher Empreendedora e do Instituto RME. Antes de empreender, trabalhou durante 18 anos como executiva. 

Veja mais: Ana Fontes: “O Brasil precisa de políticas de inovação que incluam mulheres”

Ana Paula Padrão: Participe de grupos e eventos ou crie os seus 

Participe ou promova almoços e jantares com mulheres que você considera interessantes, do seu setor ou não. Propicie ambientes seguros nesses encontros para que todas possam falar abertamente de seus desafios pessoais e profissionais. Participe também de grupos de mulheres, há alguns no mundo digital e, mesmo que você não entre ali todos os dias, proponha algum tema para discussão de vez em quando. E aproveite as oportunidades que esses eventos oferecem para ocupar um espaço no palco. Para que seu trabalho repercuta, você tem que se mostrar um pouco”. 

Ana Paula Padrão é jornalista, apresentadora, empreendedora e fundadora da plataforma Tempo de Mulher, que realiza eventos como o Women on Top e promove debates sobre o universo feminino.

Leia também: Ana Paula Padrão: “Networking é um território masculino que as mulheres precisam desbravar”

Andréa Giugliani: Se envolva com comunidades de negócios

Se envolva com um grupo de empresários próximo a você para encontros presenciais ou online, como associações comerciais, Sebrae, CIESP, Fiesp, organizações de mulheres empreendedoras se for o seu caso, de empresários do bairro, algum tipo de ajuda coletiva com pessoas que vivenciam o dia a dia e as dores do seu negócio. Participe ativamente, não apenas querendo vender o seu produto ou serviço, mas contribuir proativamente com o grupo e seus membros, indicando referências, parcerias e ajudando no dia a dia das empresas. Você verá que receberá muito mais ajuda à medida que se esforça com o próprio grupo.”

Andréa Giugliani é advogada, sócia-fundadora do Giugliani Advogados e criadora do grupo de networking de mulheres empreendedoras Tricotando Negócios, que já virou programa de televisão.

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