O presidente-executivo do Twitter, Parag Agrawal, tentou reduzir a ira de funcionários ontem (29) durante uma reunião em que os empregados exigiram respostas sobre como a companhia lidará com um esperado êxodo de pessoal provocado pela venda da empresa para Elon Musk.
A reunião aconteceu após Musk, bilionário dono da montadora de carros elétricos Tesla fechar acordo para comprar o Twitter em uma transação de US$ 44 bilhões (R$ 216 bilhões), repetidamente criticar as práticas de moderação de conteúdo do Twitter.
Durante a reunião, que foi acompanhada pela Reuters, executivos do Twitter disseram que a companhia vai monitorar o quadro de pessoal diariamente, mas que é muito cedo para dizer como o acordo com Musk vai afetar a retenção da equipe.
Musk tem afirmado que vai cortar salários do conselho de administração e da diretoria do Twitter, segundo fontes próximas do assunto. Uma fonte afirmou que Musk não tomará decisões sobre cortes de pessoal até assumir o controle do Twitter.
“Estou cansado de ouvir sobre valor ao acionista e dever fiduciário. Quais são seus pensamentos sinceros sobre a alta probabilidade de muitos funcionários não terem emprego após o acordo ser fechado?”, perguntou um membro do Twitter a Agrawal.
O executivo respondeu que o Twitter sempre se preocupou com seus funcionários e que vai continuar fazendo isso. “Acredito que a futura organização do Twitter vai continuar a se preocupar com seu impacto no mundo e sobre seus clientes”, disse ele.
Executivos afirmaram durante a reunião que a taxa de demissão da empresa não mudou em relação aos níveis anteriores à notícia de que Musk tinha interesse em comprar o Twitter.
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Nos últimos dias, Musk tem usado sua conta no Twitter para criticar a principal advogada do Twitter, Vijaya Gadde, veterana da empresa e respeitada no Vale do Silício. Os ataques de Musk dispararam uma torrente de críticas e assédio contra Gadde.
Funcionários também disseram aos executivos que temem que o comportamento errático de Musk possa desestabilizar os negócios da rede social e prejudicar a empresa financeiramente.
Sarah Personette, vice-presidente de clientes do Twitter, respondeu que a empresa está trabalhando para se comunicar frequentemente com os anunciantes e assegurar que “a maneira como servimos os nossos clientes não está mudando”.
Após a reunião, um empregado da rede social disse à Reuters que há pouca confiança nas palavras dos executivos aos empregados.
“O discurso não está colando. Eles disseram para não comentarmos e seguirmos com o trabalho que nos orgulhamos, mas não há um incentivo claro para isso”, disse o funcionário.
Agrawal deve receber US$ 42 milhões (R$ 206 milhões) se for desligado dentro do prazo de 12 meses numa mudança no controle do Twitter, segundo a empresa de pesquisa Equilar.
Durante a reunião, Agrawal afirmou para os funcionários se prepararem para mudanças na liderança futura da empresa e reconheceu que a companhia poderia ter apresentado um melhor desempenho ao longo dos anos.
Procurados, representantes do Twitter não comentaram o assunto.
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