Celeiro de unicórnios. Essa pode ser uma expressão muito bem aplicada ao Brasil. As startups avaliadas em mais de US$ 1 bilhão já passam de 20 no Brasil. E, neste contexto, o país vem ganhando protagonismo regional, sendo, atualmente, a nação com maior número de unicórnios da América Latina. Segundo relatório elaborado pela plataforma brasileira Sling Hub, a América Latina tem mais de 40 empresas com esse perfil e o Brasil lidera. Mas afinal, o que define uma startup unicórnio? Reynaldo Naves, sócio da consultoria Olivia Brasil explica.
O que é uma startup unicórnio?
“São novos empreendimentos ou empresas da nova economia, geralmente de base tecnológica, que atingem uma avaliação de mercado de US$ 1 bilhão antes de serem cotadas em bolsa. São empresas de crescimento exponencial e aceleram rapidamente a partir de rodadas de investimento antes da abrir capital. O termo foi cunhado por Aileen Lee, fundadora da Cowboy Ventures em 2013”
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O que muda em uma startup ao tornar-se unicórnio?
“Com o crescimento exponencial desde sua origem a empresa unicórnio tem que rapidamente instalar estruturas, conhecimentos e processos que no início não pareciam necessários no estágio inicial. Do ponto de vista de cultura e estrutura, a grande mudança é a ampliação da percepção dos fundadores de que para manter o crescimento acelerado, o processo de execução da estratégia e operação não pode estar mais nas suas mãos. Do ponto de vista de processos, a empresa necessita rapidamente criar artefatos organizacionais que escalem com clareza seus processos core e criem regras claras para a eficiência de execução. Muitas vezes isso se chama, colocar ordem na casa, que prevaleça sobre as regras informais anteriores. Por fim, a empresa unicórnio deve estar atenta ao mundo exterior para estar conectada à melhorias que superem seus próprios sucessos anteriores e isso muitas vezes se faz com novos talentos ou novas aquisições. Isso mantém o inconformismo da inovação dos tempos de fundação.”
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Por que o Brasil é celeiro de unicórnios?
“O ambiente de negócio brasileiro é complexo no bom sentido pois possui todos seus setores com dinamismo, mesmo tendo a indústria passado por um recrudescimento. Existe um mercado de consumo que permite o nascimento e existência de uma diversidade de negócios de porte para criar mercados expressivos e interessantes para investimento. Em paralelo a isso, é um país com facilidade em incorporação de inovações tecnológicas que permitem criar novos soluções, ecossistemas e plataformas que atendam consumidores, cadeias de fornecimento e serviços. Sendo assim, quando você concilia um mercado sedento por inovações com um ambiente aberto a isso, vários empreendimentos inovadores, ou seja, as startups proliferam, tem crescimento exponencial e se tornam unicórnios. São exemplos clássicos o Nubank, Quinto Andar ou mais recentes, Daki, Frete.com ou Mercado Bitcoin. Os mercados que tem atraído mais atenção para startups de rápido crescimento no Brasil são: tecnologia, serviços financeiros, saúde e energias renováveis. Nestes mercados o Brasil tem se posicionado de forma bastante inovadora para geração deste tipo de empreendimento (unicórnio).”
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