Exalando brasilidade, o hotel Rosewood São Paulo ancora a Cidade Matarazzo – e é um destino em si. Alojado no antigo prédio da Maternidade Filomena Matarazzo (1943), o hotel também ocupará a Torre Mata Atlântica até o fim do ano, com 160 quartos e 100 suítes reservadas a proprietários.
Ao lado da avenida Paulista, a enorme área de 30 mil metros quadrados, com edifícios tombados e a capela Santa Luzia (1922), foi adquirida pelo empreendedor francês Alexandre Allard, que se apaixonou pelo local em 2007, arrematou-o em 2011 e investiu ali R$ 2 bilhões.
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Ele trouxe a bordo uma miríade de talentos, como o designer Phillip Starck, diretor criativo do projeto. O paisagismo explode em jardins tropicais no interior, em volta do hotel e, sobretudo, na torre contemporânea vestida com várias espécies da Mata Atlântica. A Torre foi projetada pelo arquiteto francês Jean Nouvel, premiado pelo Pritzker em 2008. Esta é a primeira obra de Nouvel no continente sul-americano (assim como o hotel, o primeiro Rosewood na América do Sul).
A Torre tem níveis de tamanhos variados, com sacadas e árvores adultas formando jardins suspensos. No chão, alamedas floridas permitirão passeios entre árvores centenárias e jardins de ciprestes e oliveiras.
GASTRONOMIA
Com reservas disputadas, as opções gastronômicas do hotel viraram hotspots instantâneos. Com pé-direito altíssimo, o Le Jardin tem hits como o polvo grelhado com mandioquinha assada e iogurte de limão. Ao lado, na brasserie Blaise, mais intimista, a culinária de alto nível se espelha nas vieiras grelhadas com creme de couve-flor e no contrafilé de wagyu brasileiro, com creme de mandioquinha: obras do chef Felipe Rodrigues e de Rachel Codreanschi, a sous-chef executiva. Saiko Izawa, eleita melhor chef pâtissier dos 50 Best da América Latina em 2017, cria as saborosas sobremesas.
No Taraz, pratos sul-americanos com assinatura do chef Felipe Bronze. O cardápio – que imita um passaporte – prenuncia a viagem pelos sabores. Drinques, música e fogo completam o astral com vista para um jardim de oliveiras.
O bar Rabo di Galo apoia-se em ótimos drinques e música ao vivo, com predomínio de jazz. O Belavista Rooftop Pool & Bar exibe uma simpática sala em arcos, objetos e móveis antigos e, depois da escada, a piscina com vista para a cidade.
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ARTE NO ROSEWOOD SÃO PAULO
Mais de 50 artistas brasileiros criaram 450 obras exclusivas para o hotel. Desenhos, pinturas, colagens, esculturas e instalações ocupam corredores, salas, restaurantes, hall, jardins, escadas e elevadores. Nestes, a série “Etnografia da Flora Mágica Brasileira”, de Walmor Correa, provoca o desejo de subidas e descidas mais lentas para apreciarmos cada quadro; no corredor que dá acesso aos apartamentos do 6º andar, as pinturas de Ananda Nahú denotam um forte e colorido multiculturalismo; chegando ao Belavista, vê-se que toda a área da piscina é de azulejos pintados à mão e inspirados na flora e fauna do Brasil, criados pela artista Sandra Cinto.
Antes, no foyer, os desenhos de Virgílio Neto nas paredes e o bar com décor cheio de memorabilia divertem. No restaurante Blaise, Fernando de La Roque criou pitorescos murais de azulejos; no Rabo di Galo, difícil tirar os olhos do teto pintado por Cabelo; no chão, os tapetes de Regina Silveira.
Na capela, o novo vitral criado por Vik Muniz. No lobby, Art Concierge e Art Library (onde é possível arrematar criações) oferecem um último olhar para a marcante Poltrona Mole, de Sérgio Rodrigues, e para a bela Poltrona Jangada. Um deleite do início ao fim.
5 DESTAQUES ARTÍSTICOS DO HOTEL
• Grafites de Speto no túnel de entrada
• Caligrafia de Caligrapixo no antigo hospital interagindo com o trabalho da tribo Warli
• Afresco de céu noturno feito por Cabelo Cobra Coral no teto do bar Rabo di Galo
• Escultura de Artur Lescher nas escadas até o busto da Condessa Matarazzo
• Esculturas-pêndulo de flores de Laura Vinci no 5º andar e pinturas de Ananda Nahú no corredor do 6º andar
Reportagem publicada na edição 94, lançada em fevereiro de 2022.
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